Na última quarta-feira (12), o presidente dos Estados Unidos Donald Trump deu novos passos em suas medidas econômicas, ameaçando estabelecer novas taxas sobre produtos de países que reagirem às barreiras comerciais impostas pelos estadunidenses. A ameaça foi um recado direto para os membros da União Europeia e também para o Canadá, parceiros econômicos dos norte-americanos, que já estão sofrendo com a taxação de 25% sobre o aço e o alumínio importados pelos Estados Unidos.
Durante entrevista realizada na Casa Branca, o republicano afirmou que, caso Canadá e a União Europeia respondessem à taxação, os Estados Unidos iriam seguir com novos decretos. “O que quer que eles cobrem de nós, nós estamos cobrando deles”, afirmou o presidente.
A declaração veio após autoridades canadenses e dos países-membros da União Europeia criticarem as atitudes de Trump e manifestarem penalidades comerciais aos Estados Unidos, que estão previstas para o próximo mês de abril.
No início de fevereiro, Trump anunciou que iria impor uma taxa de 25% sobre o aço e o alumínio importados pelos Estados Unidos, medida que entrou em vigor na última quarta-feira (12). O decreto, segundo o republicano, visa proteger o mercado interno, uma vez que, com os produtos de outros países sofrendo com mais impostos, os insumos norte-americanos teriam uma maior procura.
Respostas do Canadá e União Europeia
A União Europeia, grupo que reúne 27 países, respondeu ao governo Trump com a instalação de tarifas sobre determinados produtos, como fio dental, diamantes e bourbon. O valor estimado de bens norte-americanos que seriam afetados é de 28 bilhões de dólares, que representa apenas uma pequena parcela do comércio realizado entre os países envolvidos.
Já o Canadá, principal fornecedor de aço da economia norte-americana, estabeleceu uma retaliação de 20,6 bilhões de dólares em produtos como computadores. Novas reuniões entre autoridades dos países serão realizadas ainda nesta quinta-feira (13).
As taxas estabelecidas pelos Estados Unidos estão voltadas para nações que são grandes parceiros comerciais do país (Vídeo: Reprodução/YouTube/@cnnbrasil)
Reações de demais países
Nações como a Grã-Bretanha e a Austrália criticaram as ameaças de Trump, porém destacaram que não realizariam uma retaliação imediata, comportamento similar ao do governo brasileiro. O Brasil representa o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos. De acordo com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, medidas para proteger o setor siderúrgico nacional já estão sendo estudadas.
Foto Destaque: Presidente norte-americano, Donald Trump (Reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)