Na última terça-feira (30), o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, teve uma reunião com Annalena Baerbock, ministra alemã, também das Relações Exteriores. No encontro, Sikorski sugeriu que o governo da Alemanha deveria pagar uma indenização à Polônia por danos causados na Segunda Guerra Mundial.
Tensão entre os governos
O assunto de indenização já havia sido pauta do governo anterior, que exigiu que os alemães pagassem o valor de 1,3 bilhões de euros aos cidadãos poloneses, que foram vítimas das barbáries cometidas pelos nazistas entre 1939 e 1945. Após o encontro com a ministra alemã, Radoslaw Sikorski cedeu uma entrevista a uma televisão alemã, a Welt TV. Na entrevista, Sikorski falou sobre uma “compensação financeira” exigida pelo governo passado.
“O que a Alemanha fez à Polônia durante a Segunda Guerra Mundial foi terrível e cruel, seria de grande utilidade se a Alemanha encontrasse uma forma criativa de expressar esse sofrimento, expressar arrependimento e fazer algo bom pelas pessoas que sobreviveram a esse período. E essa reflexão ética sobre o passado deveria então se traduzir em uma compensação financeira” afirmou. Em contrapartida, o argumento do governo alemão sempre foi o mesmo, dizem que a Polônia abriu mão de sua parte nas compensações feitas pela Alemanha às suas vítimas, em 1953. Os Alemães afirmam ainda que os próprios poloneses já confirmaram tal renúncia algumas vezes.
O que aconteceu
No dia 1 de setembro de 1939, a Alemanha nazista iniciou uma invasão à Polônia, ignorando totalmente o pacto de não-agressão que haviam feito com o governo soviético. Tal invasão resultou no início da Segunda Guerra Mundial. Após anexar mais de metade do território polonês, os alemães começaram sua estratégia de extermínio, a famosa “solução final”. O povo polonês, principalmente os judeus, eram considerados uma raça inferior e foram vítimas da brutal repressão nazista.
Hitler comandando as tropas alemãs na invasão da Polônia (reprodução/arquivo/CP Memória)
O resultado foi a morte de aproximadamente 5,47 milhões de poloneses (90% judeus), incluindo três milhões de vítimas dos assassinatos em massa que ocorriam nos campos de concentração, como o de Auschwitz, além dos inúmeros fuzilamentos que aconteciam todos os dias nas ruas das cidades polonesas. Além da morte de cerca de um sexto da população, a marca do domínio nazista sobre a Polônia é irreparável, e o povo polonês sofre suas consequências até os dias de hoje.
Foto destaque: Radoslaw Sikorski se encontra com Annalena Baerbock (Reprodução/AP Photo/Ebrahim Noroozi).