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Governo deixa o novo documento de identidade mais inclusivo, sem distinção de nome ou sexo

Novo modelo de documento de identificação será mais inclusivo, após solicitação do Ministério dos Direitos Humanos. Novo documento será adotado a partir o fim de junho.

20 Mai 2023 - 17h05 | Atualizado em 20 Mai 2023 - 17h05
Governo deixa o novo documento de identidade mais inclusivo, sem distinção de nome ou sexo Lorena Bueri

Nesta sexta-feira (19), o Ministério de Gestão e Inovação anunciou que a nova carteira de identidade, que está sendo implementada desde 2022, será emitida com duas mudanças em relação às normas definidas durante o governo anterior. O campo “nome” será unificado, sem distinção entre nome social e nome que consta no registro civil e o campo "sexo" será extinto. Esses dois campos citados acima não existiam nos modelos antigos de RG, que foram emitidos nas últimas décadas por todo o país. Os novos campos foram estabelecidos pela gestão anterior do governo federal. A retirada do campo no documento de identificação é em atendimento a um pedido do Ministério dos Direitos Humanos, para deixar o documento inclusivo a todos.


Ministério de Gestão de Inovação apresentou novo modelo de Carteira nacional de Identidade. (Reprodução — Gov.br) 


O governo de Luiz Inácio Lula da Silva chegou a criar um grupo para discutir essas alterações. Essas novas regras serão publicadas no Diário Oficial da União no fim de junho e passarão a valer imediatamente após a publicação. Os estados terão até 06 de novembro para aderir à emissão do novo documento de identidade.

O novo documento de identidade, por enquanto, é emitido em apenas 12 estados, e vai substituir gradativamente o RG. E em vez de ter um número próprio e diferente, o documento utilizará o CPF como identificação. Hoje, cada cidadão pode ter até 27 documentos de identificação diferentes, um por unidade da Federação. Com a inserção do novo documento, todo cidadão brasileiro passará a utilizar apenas o número do CPF como número identificador.

O modelo imposto no governo anterior de Jair Bolsonaro incluiu o sexo e a distinção do nome social. Essa inserção no RG recebeu duras críticas do Ministério Público Federal (MPF). Para o MPF, a inserção do nome de registro civil antes do nome social "configura uma flagrante violação do direito de auto identificação da pessoa transexual" e abre "um perigoso precedente para a exposição de forma vexatória de um nome que não representa a pessoa que se deseja identificar". Em relação ao campo "sexo", o MPF relata que não há nenhuma necessidade administrativa ou burocrática para justificar a inclusão dessa informação no documento. Desde 2018, transexuais e travestis também podem adotar o nome social nos documentos de identificação.

 

Foto destaque: Nova carteira nacional de identidade. Reprodução — Gov.br

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