Nesta quinta-feira (16), o governo do atual presidente Macron decretou a reforma da previdência sem muitos esforços e sem apoio. Isso causou protestos da população e também dos opositores ao governo. Ele buscou um recurso a favor de seu objetivo e com isso acionou o artigo 49.3 da constituição e conseguiu impor a reforma da previdência onde aumenta a idade mínima da aposentadoria.
Isso tudo levou ocupação de pessoas nas ruas da França onde fizeram discursos contra a medida do presidente e principalmente sobre o futuro sistema de proteção social, houve greves com maior adesão sindical desde 2010 e isso tudo não começou hoje e sim a algum tempo, desde o anúncio da possível reforma. Aproximadamente 1 milhão de pessoas nas ruas de Paris protestando, deixando muito lixo nos logradouros públicos. Foi o maior protesto no país contando com cerca de 1,28 milhão de manifestantes contra a reforma da previdência.
População protesta contra a reforma da previdência. Reprodução/AFP/JC
Com uso do artigo 49.3 anunciado pela premier Élisabeth Borne, os legisladores da oposição teriam 24 horas para se opor a decisão da primeira-ministra francesa que assumiu toda responsabilidade passando por cima do parlamento francês. Esse artigo foi incluído em 1958, com o tempo passou a ser tratado como antidemocrático usado para suprimir legisladores. O então presidente Emmanuel Macron já utilizou dessa medida 12 vezes desde que foi eleito no ano de 2017, só em outubro do ano passado ele fez a utilização 11 vezes. Marine Le Pen, maior opositora do governo diz que o presidente quer impor esse artigo por não ter a maioria na Assembleia Nacional.
O maior motivo das polêmicas que geraram o protesto é que a idade mínima de aposentadoria passa de 62 para 64 anos a partir de 2030 e também passa ter uma exigência de contribuição de 43 anos e hoje isso é de 42 anos para que o contribuinte receba a pensão inteira. Segundo pesquisas dois a cada três franceses são contra essa mudança.
Foto Destaque: manifestante balança a bandeira da França em manifestação. Reprodução: EFE/EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON