Na manhã dessa quarta-feira (2), a Venezuela acordou toda decorada para o Natal e com propagandas oficiais do governo mostrando as cantorias natalinas. Mesmo faltando dois meses e meio para o final de dezembro, a realização do natal no governo ditador de Maduro começa a acontecer em outubro ou novembro, desde 2013.
A decisão de antecipação deixou a Igreja Católica descontente. “O Natal é uma celebração de caráter universal. Seu modo e o tempo de comemoração competem à autoridade eclesiástica. Esta festividade não deve ser utilizada com fins propagandísticos, nem políticos particulares,” afirmou a instituição.
Nicólas Maduro respondeu dizendo que o Natal deve ser comemorado quando o povo quiser e não em uma data especifica. Inicialmente, Maduro afirmava que o adiantamento das comemorações era devido a crise econômica, nos últimos anos o motivo é deixar a população mais feliz. A previsão é que o Natal dure até o dia 15 de janeiro.
Natal de 2013
Em 1º de novembro de 2013, Maduro adiantou seu primeiro Natal como uma forma de melhorar a economia do país que estava em uma crise severa, na época os venezuelanos estavam sem acesso a alimentos e itens de higiene básicos, como papel higiênico e óleo de cozinha. "Novembro e dezembro têm que ser um bom fim de 2013, para que seja premonitório do que será um tremendo 2014 para a economia e a sociedade,’’ destacou Maduro na época.
A economia da Venezuela melhorou minimamente desde então e o Natal segue sendo comemorado fora de data e deixando a igreja e os venezuelanos descontentes.
Natal adiantado na Venezuela (Foto: reprodução/Pedro Rances/Getty Images Embed)
Dificilmente Maduro sairá do poder
Nicolás Maduro subiu ao cargo de Presidente da Venezuela em 2013 e comanda o país desde então sem pausas. Seu governo é marcado por escândalos de corrupção, autoritarismo e tráfico de drogas.
A Venezuela tem problemas graves com a fome desde quando Maduro assumiu o cargo. Em 2019 o salário mínimo do país era equivalente a 77 reais, atualmente vale 500 reais.
Apesar do governo conturbado e ditador, especialistas apontam que ele não deve sair do poder enquanto estiver vivo, já que recebe apoio popular, das forças armadas e de Cuba, Rússia, China e Irã.
Foto Destaque: Maduro anunciando o natal (Reprodução/Alfredo Lasry L/Getty Images Embed)