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Fábio Faria se arrepende de ter levantado suspeitas sobre inserções eleitorais

O ministro das comunicações Fábio Faria, um dos responsáveis pela campanha do candidato Jair Bolsonaro, se diz arrependido de ter levantado suspeitas sobre supostas fraudes nas inserções eleitorais em emissoras de rádios.

28 Out 2022 - 19h50 | Atualizado em 28 Out 2022 - 19h50
Fábio Faria se arrepende de ter levantado suspeitas sobre inserções eleitorais Lorena Bueri

O ministro das Comunicações Fábio Faria declarou-se arrependido de ter levantado suspeitas sobre falhas nas inserções em emissoras de rádio. A declaração veio após o assunto ganhar notoriedade e passar a ser utilizado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro como pedido de adiamento das eleições.

Fábio Faria, um dos coordenadores da campanha do candidato à reeleição, informou que ao convocar uma coletiva de imprensa na segunda-feira, 24, o seu objetivo era tentar um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ‘compensar’ os eventuais prejuízos na propaganda de Bolsonaro. Foi também dito por Faria que as falhas nas inserções eram do Partido Liberal (PL), por perceber o problema tardiamente.

“Entrei nesse tema para resolver inserção via inserção, para tentar mediar um acordo entre o TSE e a campanha. Quando esse assunto escalou, eu saí. Eu me arrependi porque o assunto escalou. Se fosse o tema só a inserção, tudo bem.” Declarou o ministro ao Jornal O Globo.

A problemática das inserções iniciou na última segunda-feira, 24, quando os advogados da campanha de Jair Bolsonaro (PL) apresentaram um pedido ao TSE de suspenção das inserções do candidato Lula (PT) em todas as rádios do país, devido a uma alegação, sem provas, de que algumas rádios estariam priorizando as inserções do petista.

Na quarta-feira, 26, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, negou o pedido feito pela campanha de Jair Bolsonaro por ausência de provas e inconsistências no levantamento apresentado pela campanha. Foi também determinado pelo ministro a apuração de crimes eleitorais com a finalidade de tumultuar o segundo turno.

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Foto: Antonio Augusto/TSE

 

Rádios dizem não terem recebido as inserções

As rádios JM, de Minas Gerais, e Viva Voz, da Bahia, informaram que as inserções do candidato Jair Bolsonaro não foram enviadas pelo partido a tempo de serem veiculadas nas emissoras.

A rádio JM foi citada no depoimento do ex-funcionário do TSE, Alexandre Gomes Machado, de 51 anos. Machado era responsável pelo recebimento dos arquivos das propagandas eleitorais e pela disponibilização das peças ao sistema eletrônico do TSE. Ele foi exonerado do seu cargo, e em depoimento a Policia Federal disse ter sido demitido após informar aos seus superiores sobre uma suposta falha na veiculação das inserções nas rádios. A Corte informou que a demissão aconteceu devido a “práticas de assédio moral, inclusive por motivação política.” A rádio baiana, Viva Voz, foi incluída na petição da campanha de Bolsonaro.

 

Foto Destaque: Ministro das Comunicações Fábio Faria. Foto: Alan Santos/PR

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