Duas explosões marcaram o cenário no Irã, nesta quarta-feira (3), durante um cortejo que visava homenagear Qassem Soleimani, o general iraniano morto há quatro anos em uma operação com drone dos Estados Unidos. As explosões resultaram na perda de 103 vidas, deixando outras 140 pessoas feridas, conforme relatório dos serviços de emergência iranianos.
O grupo em questão estava reunido para lembrar os quatro anos desde a morte de Soleimani, ex-comandante da Guarda Revolucionária do Irã e figura de grande relevância no país à época de seu falecimento em 3 de janeiro de 2020. Autoridades locais afirmam que o cortejo foi alvo de um atentado terrorista, caracterizado como um ataque suicida por indivíduos inseridos na multidão. Até o momento, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ocorrido.
Resposta enérgica
O ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, condenou veementemente o suposto ataque e prometeu uma resposta enérgica. A imprensa local reportou que as explosões ocorreram ao longo da rota para o cemitério onde Soleimani está enterrado, na cidade de Kerman, região central do Irã.
A primeira explosão ocorreu a cerca de 700 metros do túmulo do general, de acordo com informações dos serviços de emergência locais. Testemunhas presentes no local, utilizando as redes sociais, descreveram a cena como caótica, com centenas de corpos dispersos após o incidente.
Segunda explosão
A segunda explosão aconteceu minutos depois, em um local mais afastado, próximo às equipes de emergência que já haviam chegado, conforme relatos das autoridades locais. A rápida sucessão de eventos aumentou ainda mais a complexidade da situação.
O presidente russo, Vladimir Putin, expressou sua condenação ao ataque, destacando a repulsa ao terrorismo em todas as suas formas. Este trágico episódio reacendeu as emoções relacionadas à morte de Soleimani, considerado um suposto herói nacional no Irã, cujo assassinato gerou uma onda de revolta no país contra os Estados Unidos por parte de grupos militantes favoráveis ao general.
Ataque de drone
A história de Soleimani é intrinsecamente ligada a uma operação militar dos Estados Unidos em 2020, quando foi morto em um ataque de drone no aeroporto internacional de Bagdá, no Iraque. A operação, conduzida pelo Pentágono e ordenada pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alegou que Soleimani estava envolvido em ataques contra soldados norte-americanos no Oriente Médio, além de planejar futuras ações iranianas.
General iraniano Qassem Soleimani (Foto: reprodução/Diário do Poder)
Após o ataque, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança e intensificou a "resistência" contra os EUA e Israel. Desde então, o governo iraniano tem ampliado seu apoio e financiamento a grupos terroristas que atuam contra Israel, incluindo o Hamas e o Hezbollah.
Quando foi morto, Soleimani liderava a Força Al Quds, a unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, desempenhando um papel decisivo na estratégia militar e geopolítica do país ao longo de 15 anos.
Foto destaque: Explosões matam 103 em cortejo no Irã a Qassem Soleimani. (Reprodução/X/@LevySallahK.