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Explosão de dengue: Brasil registra mais de 650 mil casos da doença em 2024

O início de 2024 já pode ser considerado o pior em número de mortos nos últimos quatro anos com 113 vítimas fatais; especialistas dizem que ainda vai piorar

20 Fev 2024 - 11h07 | Atualizado em 20 Fev 2024 - 11h07
Explosão de dengue: Brasil registra mais de 650 mil casos da doença em 2024 Lorena Bueri

Explosão de casos e escalada histórica da doença: Brasil atingiu a marca de 113 mortos pela dengue entre janeiro e fevereiro deste ano. Há ainda 438 óbitos em investigação. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (19).

Ao todo, são 653.656 de casos de dengue somente em 2024, uma alta de 294% em comparação ao mesmo período de 2023, ano em que o país bateu recorde de mortes pela doença. Segundo projeções do Ministério da Saúde, o Brasil deve chegar a inéditas 4,2 milhões de infecções até o fim deste ano.

O painel de monitoramento revelou também os locais com maiores incidências: o Distrito Federal lidera o número de casos, são 2.405,6 por 100 mil habitantes; em seguida, Minas Gerais com 936,1; Acre, 622,4; Paraná, 512,6; e Goiás, 487,6.

Tratando de casos absolutos, Minas Gerais ocupa o primeiro lugar com 192.258 registros da doença. Na sequência, São Paulo, 90.408; Distrito Federal, 67.768; Paraná, 58.660; e Rio de Janeiro, 41.435.

Adultos entre 30 e 39 anos são os mais atingidos. Em questões de gênero, as mulheres respondem pela maioria das infecções (55%),  enquanto os homens são 45% dos infectados.

Fatores climáticos e o aumento de casos

Segundo especialistas, o aumento no número de casos está diretamente ligado a fatores climáticos, uma vez que a elevação da temperatura e a chuva intensa, comum principalmente em períodos de El Niño, favorecem a proliferação dos mosquitos.


O aedes aegypti se prolifera em locais de água parada (Foto: reprodução/iStock/Terra)


Em entrevista para o podcast "O Assunto", da jornalista Natuza Nery, o médico infectologista Stefan Cunha Ujvari explicou que o mosquito busca por maiores quantidades de sangue à medida que a temperatura aumenta. “A onda de calor muito grande faz com que o mosquito busque mais sangue”, disse. Ujvari ainda fez um alerta: “O pico deve ser no fim de março ou início de abril”, afirmou.

Vacina

Disponibilizada pelo SUS no início de fevereiro, a vacina é uma importante novidade no que diz respeito ao combate à doença. O lote inicial conta com 712 mil doses do imunizante e foi distribuído de acordo com critérios definididos pelo Ministério da Saúde para os seguintes estados: DF, GO, BA, AC, PB, RN, MS, AM, SP e MA. Ao todo, 315 municípios foram contemplados.

Neste primeiro momento, a vacina está disponível para crianças de 10 a 11 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação irá avançar a faixa etária progressivamente, assim que novos lotes forem entregues pelo laboratório fabricante. 


Mais de 17 mil crianças foram imunizadas no DF (Foto: reprodução/Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília)


Além de ficar atento ao calendário de vacinação, é fundamental que o cidadão identifique possíveis focos de proliferação do mosquito no local onde reside. Incluir na rotina vistorias semanais no quintal de casa para localizar e eliminar lonas, objetos e materiais que acumulam água é uma maneira simples e eficaz de auxiliar no combate à doença

Entre especialistas, é unânime o entendimento de que o mosquito não será erradicado, mas existem medidas que podem minimizar a proliferação do aedes aegypti. Contudo, para que sejam eficazes, é importante tarefas conjuntas entre governo e população.

Foto destaque: hospital de campanha montado no Distrito Federal (reprodução/Pedro Ladeira/Folhapress/Folha de S. Paulo)

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