Pouco mais de uma centena de palestinos civis foram mortos pelo exército de Israel, nessa quinta-feira (29), na Faixa de Gaza. Milhares de refugiados aguardavam a chegada de ajuda humanitária próximo aos caminhões, quando tanques e drones israelenses abriram fogo, matando até então 104 pessoas e ferindo mais de 700. Esse número deverá aumentar, pois ainda há corpos nas ruas aguardando ser retirados.
Um oficial do exército de Israel admitiu à CNN que ocorreu uma confusão no local e que o incidente está sob revisão e afirmou que suas tropas tiveram de abrir fogo contra a população, pois estavam se aproximando do batalhão de maneira que poderia ameaçar a integridade dos seus. Os caminhões ao tentarem sair após o início da confusão, acabaram também atropelando as pessoas que fugiam dos tiros, aumentando o número de mortos e feridos.
Comunicado oficial das Forças Armadas
O alto comando do exército de Israel lançou uma nota em que afirma que houve um incidente onde, após uma confusão entre a população que estava indo de encontro aos caminhões de ajuda humanitária, as tropas se sentiram ameaçadas e atiraram para o ar e nas pernas das pessoas, para evitar que houvesse saques.
Comunicado da Autoridade Nacional Palestina
Em nota divulgada nas redes sociais pelo Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina logo após o incidente, havia dezenas de mortos e centenas de feridos, condenando Israel e classificando o caso como massacre hediondo.
Anteriormente, a Autoridade Palestina havia informado que a falta de comida em Gaza já durava semanas e as pessoas estavam passando fome, comendo até ração canina. O desespero por alimentos pode ter provocado a correria para os caminhões de ajuda humanitária.
Número de mortos no ataque ainda pode aumentar (Foto: reprodução/ X/ @CNN)
Egito se manifesta
O Egito, país que faz fronteira com Rafah, cidade de Gaza onde ocorreu o fato, classificou o incidente como ataque desumano de Israel, salientando que no local havia cidadãos palestinos desarmados. O país endureceu o tom ao afirmar que os israelenses cometeram uma flagrante violação do direito internacional ao atacar pessoas que buscavam ajuda humanitária.
Foto Destaque: população aguardava ajuda humanitária quando exército israelense atirou (Reprodução/ X/ @Reuters)