Nesta sexta-feira (10), o Centro de de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx) confirmou à CNN que 83 mil comprimidos de cloroquina de 150 miligramas do estoque e que haviam sidos fabricados pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx), no Rio Janeiro, não poderão ser utilizados, pelo fato de ter suas data de vencimento para junho deste ano.
Através da nota, o Exército explica que é um órgão executor e por isso, não visa tratar sobre a eficiência dos medicamentos e também sobre a ampliação ou redução de sua produção, que nesse caso foi uma demanda do Ministério da Saúde.
Bolsonaro enquanto divulgava a Cloroquina. (Reprodução/Arquivo/Agência Brasil).
Segundo a entidade, isto é atribuição das pastas a definição das quantidades e locais de distribuição, conforme seus levantamentos e necessidades. Por conta disso dizem que nesse contexto, foram produzidos um total de 3.229.910 de pílulas de 150 miligramas de cloroquina no LQFEx, com um custo de aproximadamente 0,35 centavos de real por comprimido, tendo sido utilizados cerca de 3.146.800 do remido até maio deste ano, o que corresponde a 97,4% do total produzido.
Como justificativa de não terem sido utilizados 83.110 unidades restantes em estoque, o que corresponde a 2,6% do total produzido. "O gerenciamento dos estoques de cloroquina 150mg no LQFEx atendeu plenamente às práticas de boa gestão", afirmou o Exército à CNN.
Ele continuou dizendo “Cabe destacar que a literatura (levantamento sobre legislações ou trabalhos científicos) considera que entre 2 e 5% de perdas de medicamentos são valores aceitáveis”.
Em um post nas redes sociais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), em março de 2020, era explicado que o medicamento estava aprovado para combater casos graves da Covid-19 e que o Ministério da Defesa anunciava o aumento da produção do medicamento nos três laboratórios das Forças Armadas. No mesmo período, o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendia o uso em reunião do G-20. Após meses de estudo, foi constatado que os medicamentos não são eficazes contra o novo coronavírus.
Foto Destaque: Foto da hidroxicloroquina. Reprodução/Fernando Moreno/AGIF