Moscou pode optar por não participar do último pacto de armas nucleares remanescente e congelar ativos ocidentais em resposta às sanções que o ocidente tem feito na tentativa de conter a guerra na Ucrânia, conforme alertou o vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, nesta sexta-feira (25).
Após a aplicação de novas sanções à economia russa feita pelos Estados Unidos, União Europeia e outros aliados, o ex-primeiro-ministro russo afirmou que é “tolice” acreditar que essa estratégia de sanções, que ele chamou de “impotência política” ocidental, contra empresas russas possam ter algum efeito sobre o posicionamento do governo de Moscou em relação à guerra.
O EUA, por exemplo, anunciaram nesta quinta-feira (24) um novo pacote de sanções à Rússia, incluindo o congelamento de bens de dezenas de fabricantes de armas e equipamentos defesa, 328 parlamentares russos e o diretor do Sberbank, o maior banco da Rússia.
“Perguntemo-nos: algum desses grandes empresários pode ter um mínimo de influência na posição de liderança do país?”, disse Medvedev sobre os empresários bilionários russos que foram restringidos por serem próximos ao presidente Vladmir Putin. E completou: “Eu te digo abertamente: não, de jeito nenhum”.
Em comentários postados em sua página na rede social russa VKontakte, Medvedev diz que as sanções podem oferecer a Moscou um pretexto para uma revisão completa de seus laços com o Ocidente, sugerindo que a Rússia pode optar por sair do novo tratado de controle de armas nucleares START que limita os arsenais nucleares russos.
O ex-premier também apontou a perspectiva de cortar laços diplomáticos com países ocidentais, dizendo que “não há necessidade particular de manter relações diplomáticas”, e acrescentou: “podemos nos olhar com binóculos e miras”.
Após um mês do início da guerra, o Kremlin diz que continuará a operação até atingir seus objetivos de “desmilitarização e desnazificação” da Ucrânia.
Desde o início da invasão russa à Ucrânia, mais de 900 civis morreram e 3,5 milhões de pessoas saíram do país, de acordo com a estimativa da ONU.
Foto Destaque: Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao lado de seu ex-primeiro-ministro, Dmitry Medvedev. Reprodução/GGN.