Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, passou senhas erradas para a Polícia Federal. As senhas requisitadas pela PF são dos dados em nuvem do seu celular, que Anderson diz ter perdido em sua viagem aos Estados Unidos.
Anderson Torres segue detido após fornecer senhas inválidas para a Polícia Federal (Foto: Alan Santos/PR)
Os advogados de Anderson tinham dito anteriormente para os investigadores que o ex-ministro iria passar a colaborar com a investigação. A situação acabou irritando bastante os investigadores, que já disseram que isso só vai contribuir para Torres ficar mais tempo preso. O próximo passo da investigação é questionar Anderson sobre as senhas erradas que passou, sendo que os investigadores já desconfiam que o suspeito passou senhas falsas propositalmente.
O ex-ministro foi preso no início do ano, no dia 14 de janeiro, por suspeita de omissão nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Os advogados de Anderson pedem sua liberação da prisão, dizendo que sua saúde está fragilizada e que ele passou a colaborar com a investigação. Com os ocorridos recentes envolvendo as senhas inválidas, a Polícia Federal decidiu adiar seu depoimento dessa semana.
A Polícia Federal quer tentar encontrar mensagens que tragam mais informações sobre as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições (na ocasião, a PRF tentou dificultar a ida de eleitores do PT às seções eleitorais) e, principalmente, sobre a minuta do golpe do dia 8 de janeiro encontrada na casa de Anderson. Para isso, a PF quer acessar os dados da nuvem do celular de Anderson, buscando trocas de mensagens com autoridades do governo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e também com integrantes do já extinto comitê de reeleição de Bolsonaro.
Foto Destaque: O ex-ministro Anderson Torres está preso desde o dia 14 de janeiro. Valter Campanato/Agência Brasil