Em 2010, durante o governo Obama, o tratado de controle de armas denominado "New Start", foi assinado. Os Estados Unidos e a Rússia, na época, se comprometeram com o documento que limita o número de ogivas nucleares que podem ser instaladas em veículos ou aeronaves. Assinado pelo antigo presidente russo Dmitry Medvedev, o acordo estava indo bem até a suspensão dele pelo atual presidente Vladimir Putin.
O New Start garante aos países envolvidos o poder de supervisionar presencialmente o arsenal nuclear, para garantir que ambos estão cumprindo com as suas obrigações.
No total, 18 visitas por ano deveriam ser feitas para inspecionar as ogivas. Contudo, essas averiguações foram suspensas em março de 2020 por causa da pandemia de Covid-19.
Em fevereiro o negócio se complicou de vez. Putin anunciou que a Rússia ia suspender seu compromisso com o tratado porque, para o governo do país, não seria de bom tom autorizar vistorias enquanto a nação enfrenta as dificuldades da guerra na Ucrânia. O afastamento foi motivado após algumas reclamações do governo americano de que Moscou estava se recusando a permitir a entrada de inspetores em seu território.
O desfile militar na capital russa (Foto: Reprodução/O Globo)
Os EUA, como forma de demonstrar exemplo, revelou as cifras de seu arsenal estratégico de dissuasão nuclear a fim de motivar o país russo a fazer o mesmo. Até o dia 1° de março, o país americano havia anexado 622 mísseis balísticos intercontinentais,com 1.419 ogivas nucleares e 800 lançadores, de acordo com o Departamento de Estado.
A atitude do país em abrir seus números no que diz respeito às ogivas nada mais é do que uma tentativa de obter o retorno do país russo às suas obrigações. "Os Estados Unidos pedem à Rússia que cumpra suas obrigações legais retornando a implementação plena do New Start e de todas as medidas de estabilização, transparência e verificação contidas no mesmo" declarou o governo americano.
Foto destaque: Mísseis americanos. Reprodução/ O Globo