Os Estados Unidos mudaram, nesta quinta-feira (11) as regras sobre quem pode doar sangue, para possibilitar que homens gays e pessoas de orientação bissexual sejam doadores de sangue.
A FDA, que em português significa Administração de Comidas e Drogas, é o órgão responsável pela regulamentação das doações de sangue, foi a responsável pela mudança das diretrizes que já estavam em vigor há décadas, desde os anos 1980, para evitar que as doações de suprimento sanguíneo fossem contaminadas com o vírus HIV. Essa decisão foi tomada em meio à uma explosão de casos de AIDS no país.
Doação de sangue. (Foto: Reprodução/Hemocentro da Santa Casa de São Paulo)
As novas regras regulamentadas retiram a exigência de que homens que se relacionam com outros homens se abstenham de relações sexuais por três meses antes de realizarem a doação de sangue. Agora, todos os doadores – indiferente de sua orientação sexual, gênero ou sexo – serão selecionados de uma forma mais igualitária, com um novo questionário que foi desenvolvido pela FDA. Esse questionário avalia os riscos individuais de HIV de cada doador, com base no comportamento sexual recente, seus parceiros recentes e alguns outros fatores.
Já os possíveis doadores de sangue que tenham feito sexo anal com novos parceiros nos três meses anteriores a doeção, serão impedidos de doar por um breve período. A FDA informou que essa nova nova política está refletindo as evidências científicas publicadas recentemente.
Grupos organizadores da causa LGBTQIAP+ afirmam há décadas que as restrições aos doadores homens gays, eram erradas e que não haviam comprovações atuais sobre esse risco de transmissão do vírus HIV. As principais Associações médicas, incluindo a Associação de Médicos Americanos, também já haviam dito que essa proibição já não era mais necessária devido aos avanços da medicina em relação aos exames de sangue.
Já aqui no Brasil, essa decisão de eliminar essas restrições à doação de sangue por homens gays foi decretada em 2020, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Foto destaque: Bandeira LGBTQIAP+. Reprodução/Pixabay