O surgimento da Covid-19 voltou a ser um dos assuntos mais comentados no mundo esta semana, após um relatório sigiloso dos Departamento de Energia dos Estados Unidos apontar para a tese de vazamento acidental de um laboratório chinês.
Vírus da Covid-19 (Foto: Reprodução/Agência Brasil)
A mesma hipótese foi levada pelo diretor do FBI, Christopher Wray, terça-feira, e imediatamente contestada por Pequim, que acusa Washington de motivação política, num contexto de escalada das tensões entre as duas potências.
Especialistas alertam para baixo nível de confiabilidade da informação, apesar da credibilidade das agências americanas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, mobilizou nove agências de inteligência para investigar a origem do vírus. Essas agências, contudo, podem produzir relatórios com informações de diferentes escalas de confiabilidade: baixo, médio e alto.
Segundo as análises, o relatório do Departamento de Energia, que apontou para o vazamento do vírus de laboratório de Wuhan, na China, foi apontado como de baixa confiança
Um relatório do FBI de 2021, que defende a mesma tese, foi considerado de confiança moderada.
Já o Conselho de Inteligência Nacional, junto a outras quatro agências não identificadas, concluíram, com baixo grau de confiabilidade, que o vírus surgiu na natureza.
Outras duas agências não formaram opinião sobre o tema
O único consenso entre elas é de que o vírus não foi criado de forma artificial, para que fosse utilizado como arma biológica.
Uma investigação realizada entre a China e a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2021 chamou a tese do vazamento de laboratório de “extremamente improvável”, mas vários governos criticaram a investigação, acusando Pequim de influenciar no trabalho dos especialistas.
A China rejeita a possibilidade de acidente no laboratório de Wuhan, e diz que as alegações possuem “motivação política”. O país, no entanto, é acusado de não fornecer informações necessárias para o trabalho de determinar a origem do vírus.
Foto destaque: Cientistas. Reprodução/Cognys