Os conflitos entre a Ucrânia e a Rússia já estão quase completando um mês. Foram quase 30 dias de muita tensão e incerteza para os países, sobretudo ao solo ucraniano que recebeu diversos ataques russos durante esse período, com casas destruídas e civis mortos. E, de acordo com o professor de geopolítica da Escola Superior de Guerra e pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, Ronaldo Carmona, a guerra "não se resolverá num passe de mágica".
Em entrevista à CNN Rádio, ele explicou as diferenças entre o poder militar e território russo e ucraniano. “Estamos falando da segunda maior potência militar do planeta (Rússia), mas é preciso compreender da dinâmica da guerra. Houve uma subestimação, uma campanha militar leva um tempo, o que inclui imprevistos. A Ucrânia tem um território similar a de Minas Gerais, e além disso, o ucraniano, exatamente por estar em uma posição assimétrica, busca se resguardar nas grandes cidades”, explicou.
A invasão começou em uma quinta-feira, no dia 24 de fevereiro, com os bombardeios russos presentes em diversas cidades da Ucrânia, como a capital Kiev
(Foto: Divulgação/ Gabinete do Presidente da Ucrânia)
Para o pesquisador, o grande número de soldados da Rússia dificulta uma melhor estratégia nas zonas urbanas, o que de certa forma, é positivo para a Ucrânia. "Para qualquer grande exército, o combate em zona urbana é desfavorável, os russos preferem em campo aberto, exército ucraniano tenta atrair para essas zonas" ressaltou.
Quanto a tomada da capital Kiev, para ele a ideia dos russos é de estabelecer um cerco na cidade. "O exército que ataca busca não entrar num conflito urbano direto, mas, sim, o cerco, para a cidade colapsar e atingir o objetivo político” finalizou.
Atualmente, contra-ataques na capital são realizadas como forma de defesa ucraniana contra os ataques russos.
Foto destaque: Tanques em Mariupol após a invasão. Divulgação/Reuters/Carlos Barria.