A ideia de substituir veículos movidos a energia fóssil por carros elétricos tem ganhado adeptos em todo o mundo. E não apenas nos ambientes acadêmicos. Cada vez mais, consumidores preocupados com a preservação do meio ambiente se mostram propensos a adquirir automóveis movidos a eletricidade.
De fato, isso é um grande passo para reduzir as emissões de gases poluentes. Contudo, segundo André Novais, especialista do ramo automotivo, trocar a gasolina pela eletricidade também tem seus problemas.
“Quando pensamos apenas no uso da energia elétrica de fonte renovável, acreditamos que estamos salvando o meio ambiente, como se o material fosse inofensivo”, diz Novais. “No entanto, a análise a ser feita precisa ser muito mais profunda”, pondera.
De acordo com Novais, as montadoras ainda não explicaram o que os proprietários de automóveis elétricos devem fazer com as baterias gastas.
“Jogar a bateria ao fim da vida útil no lixo não é uma opção”, frisa.
Na avaliação do especialista, esse problema ainda não ficou evidente porque muitas fontes de energia têm um ciclo de vida que pode durar mais de cinco anos. Como a maior parte dos veículos elétricos é recente, os proprietários e as fábricas ainda não se depararam com a situação.
“Se nada for feito, lá na frente teremos um problema difícil de resolver”, destaca. “E, neste momento, parece que ninguém quer tocar no assunto, como se estivessem tentando tapar o sol com a peneira”, acrescenta.
Diante disso, o especialista aponta que as montadoras precisam elaborar sistemas eficientes de logística reversa, de modo que os motoristas possam, quando houver a necessidade de trocar a bateria, fazer o descarte correto do componente.
“Não podemos empurrar as pessoas aos carros elétricos sem dizer a elas que esses automóveis também têm características nocivas ao meio ambiente. O mercado não tem sido transparente neste ponto”, avalia Novais.
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