Uma instituição educacional em São Paulo está sob investigação pela Polícia Civil após denúncias de maus-tratos a alunos autistas. Em fevereiro de 2023, a escola foi descredenciada pela Secretaria Estadual de Educação. O sócio-administrador do colégio afirma que existem apenas "indícios" das agressões e que é difícil tirar conclusões precipitadas. Enquanto aguardam uma vaga em outra escola especializada, cerca de 70 alunos estão em casa desde o início do ano letivo, privados de frequentar as aulas.
Jussara, mãe de duas crianças autistas que estudavam na instituição, deu o seu relato: "Meus filhos chegavam em casa [após a aula] sujos e cheirando a fezes e urina. Até que apareceram hematomas nas bochechas, nos braços, no peito, nas pernas e no pescoço deles. Ninguém na escola sabia me dizer o que estava acontecendo.”, contou Jussara. Ela também informou, que eles passaram a ficar mais ansiosos e nervosos. O caso mencionado é apenas um dos incidentes que despertaram suspeitas entre os familiares dos alunos da Gaia Educa TEA, uma escola privada que estava credenciada junto à Secretaria Estadual de Educação (Seduc-SP) até o início deste ano. Outras 15 mães também procuraram as autoridades para relatar maus tratos.
Frente da Gaia Educa TEA/Aquivo pessoal/G1/Reprodução
O sócio-administrativo, Jorge dos Santos, declarou em entrevista ao G1 que os relatos podem ser apenas “indícios”, pois são, “crianças com deficiência severa. É difícil de saber se foi alguém que causou ou se elas mesmas que causaram”, disse Jorge se referindo às lesões. “Os profissionais da escola eram capacitados, e os nomes trazidos pelos pais foram afastados das atividades com os alunos”, afirmou durante entrevista.
No dia 26 de maio de 2023, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo emitiu uma recomendação à Secretaria de Educação, exigindo que os alunos sejam prontamente matriculados em outras instituições credenciadas. A medida visa garantir a continuidade educacional dos estudantes afetados e proteger seus direitos à educação.
Foto destaque: Banco de imagens/Divulgação