O ano de 2022 marca os 200 anos da Independência do Brasil. Para essa marca tão expressiva, os governos do Brasil e de Portugal se uniram para trazer o coração de D. Pedro I de volta ao país. Atualmente ele se encontra na cidade do Porto, em Portugal, e ficará em solo brasileiro por aproximadamente 20 dias.
O translado começa neste domingo (21) e o órgão deve chegar no Brasil na segunda-feira (22). Todo o trajeto vai ser feito pela Força Aérea Brasileira e Rui Moreira, prefeito da cidade, acompanhará o coração.
"O coração do nosso D. Pedro será recebido com honras de chefe de Estado, com salvas de canhão e escoltado pelos Dragões da Independência, ficará fora cerca de 20 dias, mas vai regressar com mais reconhecimento e admiração por parte do povo brasileiro", afirmou Rui Moreira.
No Brasil, ele terá duas paradas. A primeira será no Palácio do Planalto, depois ruma ao Palácio do Itamaraty, ambos em Brasília. As negociações pela vinda do coração de D. Pedro levaram cerca de quatro meses e envolveram o governo brasileiro, o governo português, a Câmara do Porto e a Irmandade da Lapa, que é a entidade responsável pela guarda da relíquia.
Essa vinda gerou uma certa polêmica, pois há aqueles que enxergam isso como algo positivo e um símbolo de patriotismo em uma data tão importante. Já outros enxergam isso como um desperdício de dinheiro público e temem que a relíquia se torne objeto de propaganda política. Essa angústia surge pois, em 1972, durante a Ditadura Militar, o general Emílio Garrastazu Médici trouxe para o Brasil o corpo do monarca para comemorar os 150 anos da Independência.
Coração guardado de D. Pedro I. Fonte: Reprodução/Youtube/Irmandade da Lapa
Atualmente o coração de D. Pedro I fica guardado na Igreja da Lapa, em Porto. Ele fica armazenado em um vaso de vidro com formol, trancado a cinco chaves em uma urna, que fica em um cofre. Essa ação entre os governos será benéfica para aqueles que almejam ter contato com a relíquia, pois é muito raro tirarem o órgão de seu espaço. Antes de rumar ao Brasil, o coração está em exposição pela primeira vez na história no salão nobre da igreja.
Foto destaque: retrato de D. Pedro I, por Simplício Rodrigues de Sá. Fonte: Reprodução