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Eletrobras: acionistas aprovam processo de privatização da estatal

O governo quer fazer a privatização até maio, porque avalia que, após essa data, não seria aconselhável devido às oscilações do mercado diante da proximidade das eleições.

23 Fev 2022 - 13h47 | Atualizado em 23 Fev 2022 - 13h47
Eletrobras: acionistas aprovam processo de privatização da estatal Lorena Bueri

Nesta terça feira (22), após Assembleia Geral Extraordinária, acionistas da Eletrobras aprovaram o processo de privatização da companhia elétrica.

O Tribunal de Contas da União, na semana passada, deu a aval à venda da estatal. No relatório, os ministros do tribunal aprovaram e autorizaram os valores envolvidos na operação, como por exemplo, o bônus de outorga que a Eletrobas deverá pagar à União pela renovação e manutenção dos contratos das 22 usinas hidrelétricas da empresa, o valor cotado é de aproximadamente R$ 25 bilhões.

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a medida provisória em julho do ano passado autorizando a privatização da Eletrobras. O governo pretende transformar a companhia numa “Corporation”, nada mais é, do que uma empresa privada sem controlador definido. Este modelo já havia sido implantado na privatização da Embraer.

Em nota, a empresa afirmou que ficou acertado a assinatura da companhia e suas subsidiárias, em novos contratos de concessões de geração de energia de algumas hidrelétricas, pelo prazo de 30 anos, o valor estimado é de aproximadamente R$ 32 bilhões à Conta de Desenvolvimento Energético.


A oposição teme que programas sociais como o Luz para todos seja afetado com a privatização. (Foto: Reprodução/ Rede Brasil Atual)


Enquanto o governo apresenta 51,82% do capital ordinário, o Banco de Econômico de Desenvolvimento Social (BNDES) tem 16,78% da companhia elétrica. Ficou firmado que a participação da União no capital votante foi diminuída a percentual igual ou inferior a 45%. A próxima etapa, prevista para 14 de março, será de desestatização e a divulgação das Demonstrações financeiras de 2021.

Caso o proposto não seja atendido na primeira oferta, será realizada uma oferta secundária de ações. Os acionistas também aprovaram a criação de uma ação especial para a União, com poder de veto em algumas questões.

O senador Jean Paul Prates (PT –RN), em entrevista à Agência Senado, classificou a privatização da Eletrobras como “a mais grave, mais complexa e mais inconsequente das privatizações em andamento no país”. De acordo com o senador, os próprios ministros do TCU alertaram para a discrepância dos valores: "a estatal valeria ao menos R$ 130 bilhões, enquanto o governo a avalia em R$ 67 bilhões."

Foto Destaque: Prédio da Eletrobras. Foto/ Reprodução/ site poder360

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