O ex presidente da República Fernando Collor (PTB) desistiu de disputar sua reeleição ao Senado e lançou sua pré candidatura ao governo do estado de Alagoas, o motivo, foi a dificuldade de construir alianças robustas com os principais correligionários de Alagoas. Em um vídeo publicado em uma rede social, o senador disse ter o apoio do atual presidente Jair Bolsonaro.
“No vídeo, Collor fala sobre a sua pré candidatura, “A minha pré-candidatura nasce com apoio do presidente Jair Bolsonaro, que é o presidente do Auxílio Brasil, do Auxílio pandemia, do Vale Gás, do programa Casa Verde e Amarela, da transposição do Rio Francisco, do apoio ao agro e à agricultura familiar”.
Segundo pessoas próximas ao ex presidente a ideia é apostar no eleitorado mais conservador, bolsonarista e tentar conquistar a base de prefeitos ligados ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Lira, já declarou publicamente apoio ao senador Rodrigo Cunha (UB), que de acordo com Collor estaria com dificuldades de dialogar com alguns municípios.
Presidente Jair Bolsonaro e o senador Fernando Collor têm comparecido a eventos governistas juntos. (Foto Reprodução: EVARISTO SA/AFP)
No outro campo, o atual governador, Paulo Dantas (MDB), tentará se reeleger em outubro. Dantas tem o apoio do ex-presidente Lula e do grupo do senador Renan Calheiros (MDB-AL). A desistência de Collor de concorrer a senador foi motivada pelo favoritismo nas pesquisas até o momento de Renan Filho (MDB), ex-governador, para a vaga do Senado.
Lira foi quem negociou para que Rodrigo Cunha saísse do PSDB para se candidatar pelo União Brasil, onde sua candidatura tem promessa de ter acesso ao fundo eleitoral. A articulação foi feita em conjunto com o ex prefeito de Salvador ACM Neto, secretário-geral do UB. O diretório do UB em Alagoas foi cedido a Cunha e Lira em troco de um apoio do PP, partido do presidente da Câmara, à candidatura de Neto a governador da Bahia.
Artur Lira queria que sua prima, a deputada estadual Jó Pereira (PSDB), fosse candidata a vice-governadora de Cunha. Mas, o PSDB barrou a aliança e acabou apoiando a chapa do MDB em Alagoas.
Ao perder os “tucanos alagoenses”, o grupo de Lira fica sem o tempo de televisão que ganharia, o que foi visto como um revés na campanha apoiada pelo presidente da Câmara.
Nos últimos meses, Collor buscou o apoio de Lira e outros candidatos para se reeleger senador, mas não conseguiu fazer parte de nenhuma das principais chapas. Apesar de ter força principalmente no interior de Alagoas, ele aparece nas pesquisas com uma alta rejeição
O ex presidente se desentendeu com Lira quando desistiu de se candidatar ao governo estadual em 2018. Naquele momento, o pai de Lira, o então senador Benedito de Lira, contava com a aliança com Collor para tentar se reeleger. Sem o endosso de Fernando Collor, Benedito ficou sem mandato, sendo eleito em 2020 prefeito de Barra de São Miguel (AL).
Collor procurou o grupo de Lira diversas vezes para conversar e ainda tenta trazer o presidente da Câmara para sua campanha, já que ele e Cunha disputam o eleitorado bolsonarista.
Foto Destaque: Ex presidente do Brasil (1990-1992) Fernando Collor de Melo. Reprodução/Valter Campanato/Agência Brasil.