O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira (27), que os Estados Unidos estão empenhados em arrecadar “recursos vultuosos” para o combate ao desmatamento na Amazônia, embora tenha esclarecido que ainda não há um valor estabelecido para a doação. A declaração ocorre após Alckmin se reunir em Brasília com John Kerry, enviado especial do presidente norte-americano, Joe Biden, para assuntos climáticos.
“O enviado John Kerry não definiu valor, mas colocou que vai se empenhar junto ao governo e o congresso norte-americano, e junto à iniciativa privada, para termos recursos vultosos, não só no Fundo Amazônia, como também outras contribuições”, afirmou Alckmin a jornalistas após o encontro realizado no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
Também estavam presentes na reunião a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social), Aloizio Mercadante, responsável pela administração do Fundo Amazônia.
O Palácio do Itamaraty, em Brasília (Foto: Reprodução/Fabio Rodrigues Pozzebom)
No início do mês, o presidente Lula esteve em Washington (EUA) para se encontrar com Joe Biden, na missão de levantar uma agenda econômica com os americanos que incluía a discussão climática e o fortalecimento do comércio bilateral. Na ocasião, a Casa Branca chegou a comunicar a intenção de contribuir com o Fundo Amazônia.
“Os Estados Unidos anunciaram sua intenção de trabalhar com o Congresso para fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo apoio inicial ao Fundo Amazônia, e para alavancar investimentos nessa região muito importante”, informou o texto divulgado pelo Itamaraty.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia recebeu, em dez anos de operação, R$ 3,3 bilhões em doações. Entre 2019 e 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a iniciativa ficou estagnada após países interromperem os repasses financeiros por oposição à política ambiental conduzida no período.
Em janeiro deste ano, o presidente Lula oficializou a reativação do Fundo. Desde então, a Noruega e a Alemanha, os principais doadores da iniciativa, já anunciaram a retomada dos investimentos.
Foto Destaque: Reprodução/Marcelo Camargo