O governo dos Estados Unidos e de Israel classificaram como "completamente inaceitáveis" as exigências apresentadas pelo Hamas em resposta à proposta de cessar-fogo articulada por Washington. O plano inicial, que contava com apoio israelense, previa uma trégua de 60 dias, trocas de prisioneiros e o início de negociações para um eventual acordo de paz permanente.
Entretanto, o grupo palestino apresentou uma contraproposta que exige a retirada integral das tropas israelenses da Faixa de Gaza, a garantia de ajuda humanitária contínua e o fim definitivo das operações militares.
Contraproposta do Hamas gera impasse diplomático
Em comunicado, o Hamas declarou que sua resposta foi "positiva e responsável", argumentando que busca atender às "aspirações mínimas" do povo palestino. O grupo reiterou a disposição de libertar dez reféns vivos e de entregar os corpos de outros 18 falecidos, conforme termos previamente discutidos. No entanto, autoridades dos Estados Unidos e de Israel consideraram que tais exigências configuram um retrocesso e um entrave ao avanço das negociações.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirma que o cessar-fogo em Gaza está "muito próximo", mas o Hamas afirma que o acordo proposto pelos EUA não garante o fim da guerra genocida de Israel no enclave. https://t.co/CGzjX4TNhc
— Cisco (@CiscoCisco1967) May 31, 2025
EUA e de Israel chamam exigências do Hamas de "inaceitáveis" (Foto: reprodução/X/@CiscoCisco1967)
O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, insistiu para que o Hamas aceitasse a proposta original, afirmando que essa seria a única forma de iniciar conversações indiretas voltadas à construção de uma paz duradoura. Enquanto as tratativas diplomáticas permanecem paralisadas, as Forças de Defesa de Israel (FDI) seguem com sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, alegando como principal objetivo a neutralização do Hamas e a libertação dos reféns que continuam em poder do grupo.
Conflito se intensifica em meio a crise humanitária
As divergências entre as partes permanecem profundas: o Hamas insiste na necessidade de garantias firmes para o fim do conflito e a retirada militar, enquanto Israel condiciona qualquer cessar-fogo permanente à desmilitarização do grupo e à libertação total de reféns.
Em paralelo ao impasse político e militar, a crise humanitária na Faixa de Gaza se agrava. Estima-se que mais de 54 mil palestinos tenham morrido desde o início da escalada do conflito. A população local enfrenta escassez severa de alimentos, medicamentos e infraestrutura básica. Diversas organizações internacionais continuam pressionando por um acordo humanitário imediato que permita o acesso irrestrito à ajuda e a interrupção das hostilidades.
Foto destaque: Benjamin Natenyahu, primeiro-ministro de Israel (Reprodução/X/@bricsinfo)