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"É uma grande armadilha": médicos falam sobre os riscos do cigarro eletrônico

Ao fumar o cigarro eletrônico, o vapor inalado causa irritações e inflamações no sistema respiratório, podendo provocar problemas crônicos, falta de ar e tosses

30 Mai 2023 - 18h00 | Atualizado em 30 Mai 2023 - 18h00
'É uma grande armadilha': médicos falam sobre os riscos do cigarro eletrônico Lorena Bueri

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a produção, venda e importação de cigarros eletrônicos no Brasil. Embora o órgão considere que o produto é um crime contra a Saúde Pública, o consumo de cigarros eletrônicos quadruplicou entre 2018 e 2022.

De acordo com um levantamento recente do instituto brasileiro Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), 2,2 milhões de adultos disseram ter fumado através do aparelho até 30 dias antes da pesquisa. Em 2018, quando o levantamento foi iniciado, os consumidores contabilizavam menos de 500 mil pessoas. 

Ainda que proibido, a facilidade com que o consumidor encontra o produto no comércio preocupa médicos especialistas em tabagismo, que apontam problemas de saúde e vício decorrentes das substâncias presentes no cigarro eletrônico. 

"É uma grande armadilha, ele é um grande vilão”, afirmou Lygia Sampaio, pneumologista e parte da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia, ao programa Jornal Hoje.”Está difícil parar de usar o cigarro eletrônico tanto ou até mais do que o cigarro convencional".


Cigarro eletrônico (Foto: Reprodução/Olena Bohovyk/Pexels.com)


O alerta da especialista não é à toa. Na composição do cigarro eletrônico são encontradas mais de duas mil substâncias, incluindo ingredientes cancerígenos e a nicotina, que é uma droga causadora de dependência. 

Segundo Laura Barufaldi, chefe da Divisão de Avaliação de Tecnologias em Saúde (DATS), do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a nicotina presente no cigarro eletrônico é a mesma encontrada no cigarro convencional. A diferença, porém, é que devido a ilegalidade do produto, não há como saber ao certo qual a quantidade da substância presente nos aparelhos.

Não tem um controle desse nível de nicotina, ou seja, pode ser que se esteja ingerindo muito mais do que um cigarro convencional", explicou ao Jornal Hoje.

Ao fumar o cigarro eletrônico, o vapor inalado causa irritações e inflamações no sistema respiratório, podendo provocar problemas crônicos, falta de ar e tosses. Para aqueles que conseguiram interromper o hábito e parar com o consumo do aparelho, os benefícios podem aparecer rapidamente. 

Há três meses sem usar o cigarro eletrônico, a fisioterapeuta Adaljane Barros contou ao Jornal Hoje as melhoras percebidas no próprio bem-estar.

Como eu tenho sinusite e rinite, eu vivia com todas elas atacadas e já diminuiu bastante depois que eu parei", disse.

Em São Paulo, duas lojas que vendiam cigarros eletrônicos foram autuadas e cinco mil itens já foram apreendidos.

Foto Destaque: Reprodução/Almighty Shilref/Pexels.com

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