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Doações são recorde em transplantes, mas recusa familiar desafia Ministério da Saúde

No Brasil, 40,3 mil indivíduos aguardam um transplante atualmente. O Ministério da Saúde registrou um recorde histórico de doações de órgãos nos últimos meses

29 Set 2023 - 10h47 | Atualizado em 29 Set 2023 - 10h47
Doações são recorde em transplantes, mas recusa familiar desafia Ministério da Saúde Lorena Bueri

De janeiro a agosto, houve um recorde histórico de 2,4 mil doações de órgãos no país, de acordo com o Ministério da Saúde. Isso resultou em 5,9 mil transplantes realizados, um aumento de 11,6% em relação a 2022, quando foram realizados 5,3 mil transplantes. No entanto, o número poderia ser ainda maior se não fosse pela alta taxa de recusa familiar, que atinge 43,4% das famílias, conforme dados do ministério. 

Recusa familiar  

No final de agosto, o apresentador Fausto Silva, conhecido como Faustão, levou a mudança significativa na percepção dos brasileiros em relação à doação de órgãos e ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT) quando recebeu um novo coração devido a um grave quadro de insuficiência cardíaca. Esse evento teve um impacto importante no tema de doação de órgãos. 

Os estados de Santa Catarina e Paraná lideram em número de doadores, com cerca de 42 doadores por milhão de habitantes, seguidos por Rondônia em terceiro lugar, com 30 doadores por milhão de habitantes. Em contrapartida, a Bahia apresenta um dos mais altos índices de recusa familiar, com 376 recusas em 484 entrevistas realizadas pelas equipes de saúde. 


 

Campanha de doação de órgãos (Foto: divulgação/Instagram/@minsaude)


Durante a cerimônia da campanha nacional de doação de órgãos nesta quinta-feira, a ministra Nísia Trindade destacou que a população muitas vezes não tem pleno conhecimento das ações do SUS, conhecendo-as principalmente por meio de controvérsias ou polêmicas. Ela expressou gratidão ao apresentador Fausto Silva e às famílias que se unem à causa. 

Meta para o Brasil  

A ministra tem como objetivo tornar o Brasil líder mundial em transplantes. Atualmente, o país ocupa o segundo lugar, atrás dos Estados Unidos. Ela enfatizou a importância das doações de órgãos diante do envelhecimento da população e do aumento das doenças crônicas. 

A maioria dos doadores de órgãos são vítimas de AVC, sendo predominantemente homens com idades entre 50 e 64 anos. Apenas 13% das doações envolvem pacientes com mais de 65 anos, enquanto mais de 40% possuem o tipo sanguíneo O. 

No ano, houve um total de 3.930 de rim, 1.972 de medula óssea, 10.575 transplantes de córnea,  1.574 de fígado, 281 de coração, 58 de pâncreas e rim conjugados , 55 de pulmão, 15 de pâncreas e um multivisceral. 

Foto destaque: coletiva sobre doação órgãos Ministério da Saúde. Reprodução/Walterson Rosa/MS 

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