Os advogados de Jair Bolsonaro (PL) afirmaram em nota, na última sexta-feira (11), que o político “jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos”. O pronunciamento acontece após mandatos de busca e apreensão do general Mauro César Cid, que é pai do tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens do ex-presidente. A situação tem relação com o suposto desvio e venda no exterior de bens da Presidência da República.
A operação também tem como alvo Mauro Cid, o antigo advogado de Bolsonaro Frederick Wassef e o tenente do Exército Osmar Crivelatti.
Pedido de quebra de sigilo
A Polícia Federal também pediu a quebra do sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro nesta sexta-feira (11). O objetivo da ação é saber se o lucro com a venda das joias foi encaminhado ao ex-presidente.
Segundo a defesa, a movimentação bancária de Jair Bolsonaro está à disposição das autoridades. O comunicado fala também que houve pedido para que as joias ficassem no Tribunal de Contas da União (TCU) até que houvesse uma decisão sobre o tratamento delas.
“A defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instalada, peticionou junto ao TCU - ainda em meados de março, p.p -, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final da decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito”, relata o comunicado.
O caso das jóias
A Polícia Federal faz uma operação que envolve venda de presentes recebidos por Jair Bolsonaro. Além de não declarar jóias sauditas que ganhou, a venda de um relógio Rolex, que foi recomprado por Wassef e entregue ao TCU posteriormente, também está na operação.
Um vídeo do kit de joias de ouro e diamantes que auxiliares de Jair Bolsonaro tentaram vender foi filmado pela empresa de leilão americana Fortuna. O valor estimado das peças era de US$ 120 mil a US$ 140 mil (entre R$ 588 mil e R$ 686 mil) pic.twitter.com/4fe3D6xPrx
Kit de joias que assessores de Jair Bolsonaro tentaram vender (Reprodução/Twitter/@UOLNoticias)
De acordo com a PF, o esquema fornecia dinheiro em espécie ao antigo chefe do Estado. Em março deste ano, Bolsonaro afirmou que nada foi escondido sobre o caso das joias.
Foto de destaque: Ex-presidente Jair Bolsonaro. Reprodução/Marcos Corrêa/PR/Flickr/Creative Commons