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Das represas rompidas à instabilidade política: Compreenda a tragédia das inundações na Líbia

Enchentes devastadoras na Líbia: Tempestade Daniel rompe barragens, deixando mais de 11 mil mortos e revelando a falta de preparação em meio à instabilidade política.

18 Set 2023 - 09h14 | Atualizado em 18 Set 2023 - 09h14
Das represas rompidas à instabilidade política: Compreenda a tragédia das inundações na Líbia Lorena Bueri

Nesta semana, a Líbia se viu no epicentro de uma catástrofe causada por enchentes que abalaram o Hemisfério Norte. A tempestade Daniel, com a força de um furacão, irrompeu em cena, rompendo duas represas e desencadeando uma calamidade de proporções devastadoras. As águas impetuosas varreram residências e prédios inteiros, resultando em um trágico saldo de mais de 11 mil vítimas fatais, além de aproximadamente 10 mil pessoas desaparecidas.

O colapso das barragens

A tempestade Daniel castigou a Líbia, no Norte da África, com ventos e chuvas de uma intensidade raramente vista, equivalente a um ano de precipitação em apenas 24 horas - uma quantidade que normalmente cairia ao longo de todo um ano. Contudo, o desastre mais impactante estava prestes a acontecer: duas represas sucumbiram à força das águas, liberando impressionantes 30 milhões de metros cúbicos de água sobre a cidade costeira. O resultado foi uma destruição massiva, pegando muitos residentes de surpresa enquanto dormiam.


Libia

Carros que foram arrastados pela água que inundou a cidade de Derna (Foto: reprodução/REUTERS/Esam Omran)


Acesso Restrito à Água Potável

Derna, uma cidade costeira habitada por 100 mil pessoas, foi particularmente afetada por essa tragédia. Um terço da cidade encontra-se agora desabrigado, com o acesso limitado a água potável. O número de mortos já ultrapassa a marca dos 11 mil, um total que se prevê que aumentará consideravelmente, uma vez que 10 mil pessoas ainda estão desaparecidas.

O aquecimento do Mediterrâneo

Um estudo realizado pelas Nações Unidas aponta para um aumento da temperatura no Mediterrâneo a uma taxa 20% superior à média global. Isso tem resultado em chuvas cada vez mais intensas, intercaladas com longos períodos de seca, ao mesmo tempo em que eleva o nível do mar. Isso coloca em perigo as cidades costeiras, como Derna. De acordo com especialistas, o aquecimento das águas do Mediterrâneo contribuiu para a potência da tempestade.

"Naquele momento, a temperatura do Mediterrâneo estava excepcionalmente alta, atingindo 27,5 graus Celsius. Quando o Mediterrâneo se encontra com temperaturas tão elevadas, ocorre uma intensa evaporação de água, que, quando transportada para o ciclone, resulta em precipitações extremamente intensas. Foi precisamente isso o que aconteceu", explicou o pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP, Carlos Nobre.

Preparação e educação insuficientes

Embora as autoridades líbias afirmem ter emitido alertas sobre a chegada da tempestade, ainda não está claro se os moradores foram devidamente orientados a evacuar suas residências, e ninguém previu que as duas represas, que já estavam em condições precárias e sem manutenção desde 2002, não resistiriam à pressão das águas. O resultado foi uma violenta enxurrada que destruiu mais de 20% da cidade, com sobreviventes relatando ondas de 7 metros engolindo tudo em seu caminho. Carlos Nobre, co-fundador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas para Desastres Naturais do Brasil, ressaltou a importância de capacitar as populações que vivem em áreas de risco.

Condição política e humanitária na Líbia

A Líbia, um país marcado por corrupção e conflito civil, atualmente dividido entre dois governos rivais, não investiu em infraestrutura ou energia limpa desde a queda do longo regime ditatorial de Muamar Kadhafi, em 2011. Isso resultou na falta de uma estratégia governamental integrada para questões como água, transição energética e mudanças climáticas, pois o país frequentemente se encontra em estado de crise. Matthew Brubacher, especialista canadense em mudanças climáticas em nações vulneráveis como a Líbia, destacou essa falta de preparação para enfrentar os impactos das mudanças climáticas.

Ajuda internacional

A comunidade internacional, incluindo a ONU e a OMS, ofereceu assistência à Líbia para lidar com as consequências da tempestade. A ONU se comprometeu a disponibilizar 10 milhões de dólares, enquanto a OMS enviou suprimentos médicos para auxiliar 250 mil pessoas afetadas.

Foto destaque: Destruição na cidade de Derna. Reprodução/Esam Omran Al-Fetori/Reuters/GazataWeb

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