Devido a ocorrência de rebeliões em diversas prisões do Equador iniciadas na última segunda-feira (8), o presidente do país, Daniel Noboa, decretou estado de emergência por 60 dias. A medida, anunciada nesta terça-feira (9), inclui toque de recolher das 23h às 5h e autoriza a atuação das Forças Armadas em parceria com a polícia, tanto no patrulhamento das ruas quanto em medidas dentro das penitenciárias.
“Acabo de assinar um decreto de estado de emergência para que as Forças Armadas tenham todo o respaldo político e legal em suas ações”, escreveu Noboa em mensagem publicada nas redes sociais.
Presidente mais jovem do país, Noboa é milionário filho de fazendeiro (Foto:reprodução/Instagram/@danielnoboaok)
O presidente, que assumiu o cargo em novembro do ano passado, acrescentou: “acabou o tempo em que os condenados por tráfico de drogas, assassinatos por encomenda e crime organizado ditavam ao governo de ocasião o que fazer”.
Com recorrentes conflitos entre facções rivais nas prisões superlotados do Equador, não é a primeira vez que autoridades do país recorrem à medida de estado de emergência. No entanto, até agora, nenhuma obteve sucesso.
Líder de grupo criminoso foge da prisão
Os incidentes começaram após um dos criminosos mais perigosos do país, José Adolfo Macías, conhecido como Fito, ter fugido da prisão. Neste domingo (7), o líder do grupo criminoso Los Choneros desapareceu da penitenciária onde cumpria pena de 34 anos acusado de tráfico de drogas e homicídio.
Como forma de represália ao decreto de Noboa, os presos estão retendo os agentes carcerários.
Fito é líder da facção crimonosa Los Choneros, acusada de comandar as principais prisões do país (Foto:reprodução/CNN/Forças Armadas do Equador)
De acordo com a assessoria de imprensa de Noboa, a revolta também está relacionada ao recente anúncio feito pelo governo sobre a construção imediata de uma nova prisão de segurança máxima com financiamento internacional.
Policiais sequestrados
Nesta terça-feira (9), quatro policiais foram sequestrados por conta do decreto emitido pelo presidente. Três deles estavam na cidade de Machala e um em Quito, capital do país.
“Nossas unidades especializadas foram acionadas para localizar nossos colegas e proceder com a apreensão dos autores. Nenhum desses eventos ficará impune”, disse a polícia do Equador.
Além dos sequestros, veículos foram incendiados na província de Esmeralda. Os responsáveis estão sendo procurados.
Foto destaque: soldados apoiam força policial do lado de fora da prisão El Inca, em Quito (Reprodução/Rodrigo Buendia/AFP)