Mulheres que desejam interromper a gravidez, devido a complicações enfrentam obstáculos para contornar as leis rígidas dos Estados Unidos. Para certos problemas na gravidez, o aborto pode ser o tratamento para salvar a vida de gestantes. Nos estados em que existem limites rígidos a realização do aborto, essa opção está se tornando mais difícil.
Em junho, a Suprema Corte dos Estados Unidos suspendeu a Roe vs Wade, a decisão que garantia o direito ao aborto no âmbito federal. A partir de então alguns estados americanos passaram a pressionar pela proibição ou restrição do aborto. O senador Lindsay Graham apresentou um projeto de lei para proibir o aborto após 15 semanas em todos os estados do país. Os médicos e pacientes dizem que as regras são confusas e a linguagem é vaga, causando um efeito alarmante nos estados mais conservadores e antiaborto. Esses desdobramentos trazem conseqüências assustadoras para o presente e o futuro.
Senador Lindsay Graham (Foto: GETTY IMAGES)
No estado do Texas existe uma proibição estrita do aborto, de forma que mesmo em gestações de alto risco, quando existe alguma anomalia ou distúrbio que provavelmente ocasionarão a morte do feto ainda no útero ou logo após o parto, a gravidez não pode ser interrompida. As mulheres estão condenadas a levarem adiante uma gestação que trará muito sofrimento. Este é um dos estados mais restritivos em relação ao aborto no país, mas permite exceção quando a vida da mãe está ameaçada.
Todos os estados que proíbem o aborto permitem exceções parecidas quando a gravidez coloca a vida da mãe em risco. Cerca de doze estados possuem leis que permitem abortos em casos de “emergência médica” e outros três possuem exceções específicas em casos de anomalia fetal.
Mas na prática, a lei oferece pouca orientação sobre o que pode ser determinado como ameaça à vida ou emergência médica, que tornaria o aborto viável. Isso abre um debate sobre a postura do médico diante dessas situações e como seguir o padrão de atendimento quando o aborto não pode ser uma opção considerada. Os médicos também ficam confusos sobre a legislação e se sentem com medo de serem processados por um possível aborto criminoso.
Foto Destaque: Mães com gestações de risco estão ficando desamparadas Foto: GETTY IMAGES
