A pergunta mais frequente que vem acontecendo, é se o preço da gasolina vai aumentar no Brasil com a guerra na Ucrânia, já que em uma semana o barril de petróleo bateu em US$ 139, sendo o maior patamar de preços em 14 anos.
A pergunta é frequente, porque a Petrobras sempre reajusta os preços no mercado interno, aumentando o preço da gasolina, diesel e o gás de cozinha. Acontece que o governo brasileiro já está pensando na situação e analisando dois caminhos para limitar a alta dos combustíveis.
O primeiro caminho seria congelar os preços por seis meses, assim a conta ficaria para a Petrobras e a empresa teria que vender os combustíveis mais baratos do que os custos de importação. O problema seria que para levar esse caminho a diante, a medida precisaria ser aprovada pelo conselho de administração da empresa e, se houvesse uma resistência por parte dos acionistas, haveria uma corrosão dos lucros da petroleira, prejudicando assim a empresa.
O segundo caminho que o governo pensou, seria o Tesouro Nacional subsidiar os combustíveis, usando para isso os recursos dos dividendos pagos pela Petrobras à União.
A gasolina vai aumentar com a guerra? (Foto: Reprodução/JN/G1)
Ambos os caminhos não agradam o mercado, já que congelamento prejudicaria a Petrobras e os acionistas minoritários e o subsídio impactaria negativamente o equilíbrio das contas públicas.
O sócio-diretor da corretora de Commodities Pine, Alê Delara, observa a situação: “Um barril que se aproxima dos US$ 150 é um grande desafio para a Petrobras, porque, para ela, o petróleo é parte dos custos. Quanto mais alto o preço do barril do petróleo e ela não conseguir repassar esses preços ao consumidor, menor se tornam as suas margens. [...] É o que está acontecendo hoje com a defasagem próxima a 40% no preço dos combustíveis pela paridade de importação. Então o governo está criando algum mecanismo para subsidiar os preços para que essa inflação não chegue ao consumidor.”
Sendo assim, no momento não é possível saber qual vai ser o preço dos combustíveis daqui para a frente, já que as decisões políticas podem limitar esse possível aumento.
Foto Destaque: Aumento da gasolina. Reprodução/Ernani Abrahão/AutoPapo