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Clínica de reabilitação em Aparecida de Goiânia é interditada por abuso a pacientes

Operação recente da polícia civil revela condições desumanas em uma clínica clandestina de reabilitação, expondo o sofrimento enfrentado pelos pacientes

17 Out 2023 - 19h17 | Atualizado em 17 Out 2023 - 19h17
Clínica de reabilitação em Aparecida de Goiânia é interditada por abuso a pacientes   Lorena Bueri

Uma clínica clandestina de reabilitação foi interditada devido a denúncias de tortura e maus-tratos a dependentes químicos e portadores de doenças mentais. A operação da Polícia Civil, que ocorreu em Aparecida de Goiânia, interditou uma clínica de reabilitação clandestina onde os internos eram submetidos a agressões e castigos, incluindo ficar em uma piscina cheia de lodo. O dono da clínica, que não teve seu nome divulgado, não foi encontrado no local durante a operação.

Condições Desumanas e Abusos

A clínica, localizada no Setor Jardim das Cascatas, abrigava 75 internos do sexo masculino, entre maiores e menores de idade. Embora irregular, a instituição cobrava R$1,2 mil por mês pelas internações. Durante a fiscalização, a polícia descobriu que a água utilizada para consumo e banho era retirada de um córrego sem tratamento adequado. Além disso, os internos mostraram pedaços de ferros usados para agressões e tortura.

Ao adentrar as instalações da clínica, na manhã desta segunda-feira (16), os agentes de segurança se depararam com a perturbadora cena de um interno imerso na piscina repleta de sujeira. O indivíduo informou às autoridades que estava submetido a uma punição.

"Ele tinha cerca de 19, 20 anos. Estava na piscina e estava totalmente queimado do sol, porque tinha a pele muito clara e estava na piscina desde a manhã, de castigo", relatou o delegado.


piscina clínica

Condições precárias da piscina. (Foto: reprodução/G1/Polícia Civil)


Insalubridade e Negligência

Os alojamentos da clínica eram insalubres, e os internos eram forçados a dividir um banheiro com 44 pessoas. As necessidades básicas eram feitas dentro de baldes, e o fornecimento de comida era precário, com apenas um pão seco para cada interno. Relatos indicam que os mesmos eram medicados e colocados na piscina para "limpeza" sob o sol escaldante, sofrendo abusos físicos. 

A Vigilância Sanitária, Assistência Social, Meio Ambiente e o Conselho Tutelar, fizeram-se presentes na clínica. Familiares dos internos foram informados sobre a operação e a situação das vítimas. Após a ação, todos os residentes foram conduzidos aos seus tutores legais, enquanto o dono da clínica enfrenta possíveis acusações de tortura, cárcere privado e maus-tratos.

Foto destaque: Clínica de reabilitação clandestina. Reprodução/G1/Polícia Civil/Montagem por Karen Alves.

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