Cinco anos depois dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, ainda não há sinalização de quem arquitetou o crime. A Delegacia de Homicídios da Capital, o Ministério Público do Rio e, desde fevereiro, a Polícia Federal continuam tentando desvendar o caso.
Até o momento, apenas o primeiro inquérito foi concluído pela Polícia Civil e o MP. As investigações resultaram nas prisões do policial militar reformado Ronnie Lessa – acusado de ter feito os disparos – e do ex-PM Élcio Queiroz – que estaria dirigindo o carro Chevrolet Cobalt prata que emparelhou com o carro da vereadora.
Ambos estão detidos em penitenciárias federais de segurança máxima e aguardam o julgamento pelo Tribunal do Júri, ainda sem data definida.
Ronnie Lessa já havia sido condenado por outros crimes: destruição de provas e obstrução das investigações, comércio e tráfico internacional de armas.
“Hoje, o mundo inteiro quer saber quem mandou matar Marielle. Isso não é uma questão a ser resolvida apenas para a família”, disse Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco (Foto: Reprodução/Renan Olaz)
A investigação avança lentamente
A primeira fase do inquérito não conseguiu determinar se Lessa e Queiroz agiram sozinhos na autoria do crime ou se fizeram a mando de alguém. Sem informações sobre quem teria encomendado os homicídios, as autoridades do Rio de Janeiro também não conseguiram chegar à motivação do crime.
A proximidade de Ronnie Lessa com alguns milicianos e bicheiros aumentou os rumores de que o crime poderia ter sido uma ação desses grupos. Apesar da suspeita não ter se concretizado, os assessores e as famílias das vítimas não descartam a possibilidade, mas declararam em depoimentos que Marielle, como vereadora, não possuía nenhuma atuação direta contra os negócios da milícia.
Troca de comando
Desde março de 2018, as investigações do Caso Marielle já passaram por três grupos de promotores e pelo comando de cinco delegados diferentes.
Em janeiro deste ano, toda a força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro para o caso pediu exoneração. Na época, os familiares da vereadora disseram que enxergavam prejuízo para a investigação, uma vez que os novos encarregados necessitariam de “tempo para estar a par da totalidade dos autos”.
Foto Destaque: a ex-vereadora Marielle Franco. Reprodução/Renan Olaz