O Ministério da Defesa da China anunciou, nesta quarta-feira (17), que vai enviar tropas para a Rússia. O Ministério chinês afirmou que a participação dos militares nos exercícios conjuntos “não tem relação com a atual situação internacional e regional”. A medida ocorre em meio a fortes tensões entre os chineses e os Estados Unidos, após os recentes embates por causa da visita da presidente da Câmara Americana, Nancy Pelosi, no dia 08 de agosto, a Taiwan. A China considera Taiwan como parte de seu território e condena qualquer contato de autoridades ou tentativas de reconhecimento da autonomia da ilha.
Pequim considerou essa visita uma provocação dos americanos, que mantêm uma política de ambiguidade em relação à ilha. Devido a essa visita, a China tem feito exercícios militares com aviões e navios militares em torno do território de Taiwan. Desde 24 de fevereiro, a Rússia mantém invasões ao território ucraniano e a China tem mostrado apoio, mesmo que contido, ao governo russo. Os russos alegam que o território ucraniano de Donbass é de soberania da Rússia.
China anuncia envio de tropas para exercícios militares na Rússia. (Foto: Mladen Antonov/AFP/Getty Images)
Em junho, o presidente chinês, Xi Jinping, conversou por telefone com Putin, em uma clara demonstração de apoio aos ataques da Rússia ao território ucraniano. Mesmo com pedidos da comunidade internacional para condenação da invasão russa ao país vizinho, Pequim se mostrou indiferente e manteve o relacionamento internacional com os russos.
De acordo com o Ministério da Defesa da China, tropas da Índia, Belarus e Tajiquistão também participarão desses exercícios militares. “O objetivo é aprofundar a cooperação prática e amigável com os exercícios dos países participantes, aumentar o nível de colaboração estratégica entre as partes e fortalecer a capacidade de responder a várias ameaças `segurança”, diz o comunicado.
Não há data confirmada para o início dos exercícios militares, mas, no mês passado, Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou um plano para realizar manobras militares com países parceiros no final de agosto e começo de setembro.
Foto destaque: Vladimir Putin, presidente da Rússia e Xi Jinping, presidente da China (Créditos: Kenzaburo Fukuhara/ Getty Images)