Hoje, (7), décimo segundo dia desde a invasão das tropas russas à Ucrânia, representantes de ambos os países se juntaram para a terceira rodada de reuniões. Desta vez, discutiram sobre a saída dos habitantes de Mariupol, após duas tentativas frustradas de evacuação ocorrerem neste final de semana, e sobre a adesão da Ucrânia a blocos. As reuniões terminaram sem um acordo de cessar-fogo.
Durante as tentativas de evacuação em Mariupol, os acordos de cessar-fogo para a formação de um corredor humanitário foram desrespeitados, causando trocas de acusações entre os separatistas pró-Rússia e a Guarda Nacional da Ucrânia.
Cidade de Mariupol durante guerra na Ucrânia. (Foto: Reprodução/Facebook/NGUmainpage)
Diante deste contexto, os russos sugeriram hoje a criação de seis corredores humanitários que levariam os cidadãos ucranianos à Rússia; sugestão que foi considerada "imoral" pelo outro país.
A outra sugestão dos russos foi cessar os ataques desde que a Ucrânia cedesse território e pusesse na Constituição que não vai aderir a blocos, afinal, um dos principais argumentos dos russos é de que a invasão ao país foi uma reação ao avanço da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), organização rival à Rússia, e à aproximação do ocidente com os ucranianos.
Putin e Zelensky. (Foto: Reprodução/Correio Braziliense)
Por que a Rússia fez essas exigências?
O presidente ucraniano já chegou a assinar um documento no dia 28 de fevereiro pedindo para que o país seja admitido na União Europeia. Caso isso aconteça, a Ucrânia fará parte do maior mercado único do mundo, participando da mesma política externa e de segurança dos outros países membros. Além disso, dentro do bloco, participará da livre circulação de mercadorias, capitais, serviços e pessoas estabelecida nesta união. Segundo o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, os líderes da União Europeia irão inclusive discutir na quinta-feira sobre a adesão do país ao bloco.
Esta tentativa de adesão da Ucrânia à União Europeia e os avanços da Otan ao Leste Europeu têm sido vistas como ameaçadoras por parte de Putin, por diminuirem sua esfera de influência na região. Basicamente, o objetivo russo é o contrário: aumentar suas regiões de influência, que incluiriam até mesmo territórios separatistas ucranianos.
Foto destaque: Terceira rodada de reuniões entre Ucrânia e Rússia, em Belarus. Reprodução/Governo de Belarus