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Cerca de 306 pessoas falecerem devido inundações na África do Sul

Após grandes inundações causadas pelas chuvas atingirem a costa leste da África do Sul, cerca de 306 pessoas foram a óbito no dia 13 de abril dessa última quarta-feira.

14 Abr 2022 - 20h30 | Atualizado em 14 Abr 2022 - 20h30
Cerca de 306 pessoas falecerem devido inundações na África do Sul Lorena Bueri

No dia 13 de abril dessa quarta-feira, cerca de 306 pessoas acabaram falecendo devido as inundações causadas pelas fortes chuvas que atingiram a África do Sul, na costa leste do país, destruindo casas e danificando estradas.

Em um tweet o governo declara que o incidente foi “um dos momentos mais sombrios da história” de KwaZulu-Natal.

“Nós nos juntamos às famílias em luto pelas vidas que perdemos como resultado das fortes chuvas”, o governo comentou. “Elogiamos as equipes de gerenciamento de desastres pelo trabalho incansável que vêm realizando para evacuar as comunidades afetadas”.

Com KwaZulu-Natal tendo sido atingida, a cidade de Durban também foi afetada pelas inundações. Segundo imagens reveladas pelas agências de notícias, uma pilha gigante de contêineres desabou na água e estradas sofreram rachaduras.

Pessoas ficaram presas em ambos os lados de uma ponte que foi varrida perto de Durban. Dessa forma, desde segunda-feira KwaZulu-Natal está sofrendo com uma série de fortes chuvas, as quais o governo provincial descreveu, em meio a um aviso divulgado no Facebook, como  “uma das piores tempestades meteorológicas da história do nosso país”.

“As fortes chuvas que caíram em nossa terra nos últimos dias causaram estragos incalculáveis ​​e causaram danos maciços a vidas e infraestrutura”, disse.


África do Sul sofre com inundações. (Foto: Reprodução/Linda Chisholm/picture aliance -  Getty Images/CNN BRASIL)


De acordo com informações recebidas a inundação, que vem ocorrendo desde segunda-feira, resultou-se a partir da tempestade Issa, que reverberou sobre cidades vizinhas e a própria Durban por vários meses. Ao longo da costa de KwaZulu-Natal foram registrados por volta de 450 mm e em 24 horas cerca de 307 mm caíram em Durban. Depois de uma leve pausa nesta quinta-feira, a chuva continuará no decorrer da sexta-feira e por todo o fim de semana, por conta da frente fria que se movimenta em direção ao leste do país.

Conforme disse o membro do Conselho Executivo para Governança Cooperativa e Assuntos Tradicionais em KwaZulu-Natal, Sipho Hlomuka, nessa terça feira no Twitter,  em meio às áreas que houveram “deslizamentos de lama, inundações e colapsos estruturais de edifícios e estradas” as equipes permanecem na busca para a evacuação total das pessoas que forem encontradas na região afetada.

“As fortes chuvas afetaram as linhas de energia em muitos municípios, com equipes técnicas trabalhando 24 horas por dia para restaurar a energia”, Hlomuka completou.

O prefeito Mxolisi Kaunda relatou a repórteres que no município de eThekwini as usinas de energia que foram inundadas acabaram ficando inacessíveis. Os canos de água também sofreram danos.

Dessa maneira, o governo local pediu o apoio das instituições religiosas e privadas nas operações de socorro de emergência, além de ter solicitado que a Força de Defesa Nacional da África do Sul fornecesse assistência aérea as regiões mais atingidas pelas inundações, Kaunda relatou.

Segundo projeto WWA (World Weather Attribution) feito pelos cientistas ao analisar a crise climática, descobriram que as mudanças climáticas fizeram com que o evento climático extremo se torne o mais provável. Desde o final de janeiro após o clima extremo, houve um milhão de pessoas afetadas e foram relatadas mais de 230 mortes.

Nessa terça-feira, Friederike Otto, da WWA, do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambientes do Imperial College London, relatou sobre as tempestades causadas na África Austral que: “Mais uma vez, estamos vendo como as pessoas com menor responsabilidade pelas mudanças climáticas estão sofrendo o impacto dos impactos”.

“Os países ricos devem honrar seus compromissos e aumentar o financiamento necessário para adaptação e para compensar as vítimas de eventos extremos causados ​​pelas mudanças climáticas com pagamentos de perdas e danos”, finalizou.

É esperado que em novembro, dentre as próximas negociações internacionais do clima que serão realizadas durante a conferência COP27 em Sharm el-Sheikh no Egito, se tornem conflitantes.

Levando em consideração que o planeta Terra está 1,2ºC mais quente do que antes, foi alertado pelos cientistas que o mundo como um todo deve arranjar um modo de limitar o aquecimento global para até 1,5ºC para que assim não ocorram mudanças climáticas irreparáveis.

Devido ao aquecimento global de 2ºC no sudeste da África, é provável que tenha um aumento na frequência das inundações, que a chuva se torne mais intensa e que os fortes ciclones tropicais sejam associados a essas fortes chuvas.

Foto destaque: Inundação. Reprodução/REUTERS/Rogan Ward/CNN BRASIL

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