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Brasil registra crescimento alarmante de acidentes com animais peçonhentos em 2023

Incidentes aumentaram 16% em um ano, totalizando 341.806 ocorrências, com escorpiões em destaque; autoridades pedem prevenção e conscientização

24 Set 2024 - 08h00 | Atualizado em 24 Set 2024 - 08h00
Brasil registra crescimento alarmante de acidentes com animais peçonhentos em 2023 Lorena Bueri

Em 2023, o Brasil contabilizou um aumento significativo de 934 casos por dia de acidentes envolvendo animais peçonhentos, totalizando mais de 341 mil notificações, um crescimento de 16% em comparação ao ano anterior. Os escorpiões foram responsáveis pela maioria dos casos (200.959), seguidos por aranhas, abelhas e serpentes, com os acidentes provocados por cobras levantando preocupações significativas de saúde pública, especialmente entre populações vulneráveis.

Para enfrentar o crescimento dos acidentes, o Instituto Butantan produz soros antiveneno para picadas de diversos animais, distribuindo anualmente cerca de 450 mil frascos ao Ministério da Saúde. Em resposta ao aumento de casos, o ministério enfatiza a importância da conscientização e da prevenção, adotando medidas educativas para reduzir a incidência de acidentes, especialmente relacionados a lagartas que podem provocar efeitos graves.

Em caso de incidente com animais peçonhentos, é fundamental lavar bem a área afetada e buscar assistência médica, evitando a aplicação de substâncias não recomendadas.

Aumento de incidente 

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2023, o Brasil registrou uma média de 934 casos diários relacionados a animais peçonhentos. Este total é parte dos 341.806 mil acidentes notificados, uma elevação de 16% em relação a 2022, que teve 293.702 ocorrências.

Sendo que na contagem dos casos de 2023, a maioria foi provocada por escorpiões (200.959 casos), seguidos de aranhas (43.933), abelhas (33.658) e segundo a pasta, quase 10% desses acidentes foram provocados por serpentes (32.514).

“Os incidentes causados por serpentes apresentam uma grave preocupação de saúde pública em diversos países das regiões tropicais e subtropicais, incluindo na América Latina”, comunica o ministério, que considera essa questão um “problema sanitário que afeta, principalmente, as populações economicamente vulneráveis”.

Além disso, 7.140 outros acidentes foram registrados com lagartas e 18.350 com diferentes animais, incluindo os aquáticos.

Ao contrário dos animais venenosos, os peçonhentos se utilizam de apêndices como dentes, ferrões, quelíceras, cerdas ou esporões para injetar toxinas em presas e predadores. Em ocorrências de envenenamento por essas espécies, o SUS (Sistema Único de Saúde) disponibiliza antivenenos para o tratamento das vítimas.

Soros antiveneno


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Cientistas trabalham em laboratório (Foto: reprodução/Sanjeri/Getty Imagens Embed)


Para enfrentar o aumento de casos, o Instituto Butantan produz soros antiveneno contra picadas de oito tipos de animais, como cobras, escorpiões e lagartas. Anualmente, cerca de 450 mil frascos são enviados ao Ministério da Saúde e distribuídos aos estados após uma análise epidemiológica, conforme publicado pelo Globo.

Medidas preventivas

“Diante do cenário epidemiológico caracterizado pelo aumento expressivo nos acidentes com esses animais, é essencial promover a conscientização e a prevenção para evitar que esses incidentes ocorram. Com milhares de casos registrados anualmente e o impacto negativo na saúde física, mental e econômica das vítimas, é urgente a adoção de medidas educativas e de prevenção abrangentes”, afirmou o coordenador-geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde, Francisco Ferreira.

Para os casos das lagartas, por exemplo, algumas espécies podem provocar quadros graves e até fatais devido à introdução do veneno no corpo, que ocorre pelo contato das cerdas com a pele. Para prevenir esses acidentes, a pasta do ministério da saúde recomenda utilizar luvas ao manusear plantas e remover as lagartas que entrarem nas residências com o auxílio de uma pá ou graveto.

Dado que 95% dos acidentes ocorrem nas regiões das pernas ou braços, a pasta do ministério da Saúde recomenda as seguintes prevenções:

  • É recomendado usar calçados fechados, botas de cano alto ou peneiras no tempo que estiver em trilhas de matas e atividades rurais;
  • Prestar atenção onde pisa ou coloca as mãos para se apoiar;
  • Não mexer em buracos no chão ou em ocos de árvores sem alguma proteção.

Primeiros socorros 

Em caso de acidente, siga essas orientações de primeiros socorros:


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Mulher lava as mãos em pia. (Foto: reprodução/Fly View Productions/ Getty Images Embed)


  • Lave bem a área afetada com água e sabão;
  • Mantenha a região da picada em posição confortável;
  • Nunca aplique qualquer substância química ou orgânica (como álcool, borra de café, vinagre, pasta de dente, folhas ou urina), fazer um torniquete (garrotes) ou incisões na área da picada.
  • Busque de preferência um serviço de saúde para acidentes com animais peçonhentos, como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) ou o Corpo de Bombeiros (193).

Por mais que acidentes desta natureza seja comum, seguindo à risca todas as orientações cabíveis, e informando ao profissional de saúde, o máximo de informações sobre as características do animal peçonhento, como, por exemplo, tipo de animal, cor, tamanho, entre outros, e a rapidez ao socorro à vítima, poderá evitar a sua morte.


Foto Destaque: cobra venenosa de escamas ásperas com a língua bifurcada para fora (Reprodução/Byronsdad/ Getty Images Embed)

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