No dia 28 de fevereiro dessa segunda-feira, foi afirmado que o Brasil oferecerá visto humanitário para os cidadãos ucranianos que estão deixando seu país natal por conta da invasão russa resultando em uma guerra que a cada dia está tomando maiores proporções, declaração feita por parte do presidente Jair Bolsonaro.
Conforme o mesmo disse, haverá a publicação de uma portaria conjunta dos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça que possui o intuito de realizar o acolhimento dos ucranianos que desejam escapar com vida da atual guerra, até o dia desta terça-feira.
O presidente Bolsonaro comentou em meio a uma entrevista ao vivo concedida pela rádio Jovem Pan sobre o destino da população ucraniana: "Vamos abrir a possibilidade de ucranianos virem para o Brasil através do visto humanitário, que é a maneira mais fácil de vir para cá", indicou. "Estamos dispostos a receber ucranianos".
Presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução/Rádio Pampa)
Assim, somado as informações fornecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas), desde o início da invasão da Rússia (há cinco dias) cerca de mais de 422 mil pessoas acabaram deixando a Ucrânia para trás, porém, Bolsonaro não chegou a informar o número de cidadãos ucranianos que receberá no Brasil, em sua entrevista à rádio.
No entanto, mesmo com o voto de Ronaldo Costa Filho, embaixador do Brasil na ONU, a favor da resolução que condena o país russo por todo o conflito causado, o presidente brasileiro ainda não se posicionou se é contra ou a favor da invasão da Rússia na Ucrânia.
Em entrevista no Guarujá (SP) no dia 27 desse domingo, local esse o qual o presidente passa o feriado de carnaval, o mesmo revelou que será adotado pelo Brasil um posicionamento “neutro” sobre o conflito em questão.
Desse modo, nessa segunda-feira o anúncio feito por Jair Bolsonaro acabou se tornando objeto de fala de Anatoliy Tkach, encarregado dos negócios da embaixada da Ucrânia no Estado brasileiro, dizendo que o presidente “está mal informado”.
Já Carlos França, ministro das Relações Exteriores, esclareceu em entrevista dada a Globo News que quando Bolsonaro falou em “neutralidade” ele na verdade queria dizer “imparcialidade”. França assegura que: "Não é no sentido de indiferença. A posição do Brasil é uma posição balanceada".
Segundo comentário do diplomata Tkach, “seria interessante” que o presidente brasileiro pudesse conversar com o presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia "para ver outra posição e ter uma visão mais objetiva".
Jair Bolsonaro fez afirmação em entrevista à rádio de que não precisa conversar com Zelensky no momento: "Nós temos que ter equilíbrio. Vamos resolver o assunto, não vai ser na pancada. Afinal de contas, você está tratando com uma das maiores potências bélicas nucleares de um lado. Do outro lado, está à Ucrânia, que resolveu abrir mão de suas armas no passado. Alguns querem que eu converse com o Zelenski, o presidente da Ucrânia. Eu, no momento não tenho o que conversar com ele".
Lembrando que Bolsonaro realizou uma visita à Rússia na semana anterior ao início do conflito, onde esteve na presença do presidente Vladimir Putin, manifestando sua solidariedade.
Foto destaque: Jair Bolsonaro. Reprodução/96FM