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Boris Johnson e Bolsonaro conversam por telefone e concordam em pedir cessar-fogo na Ucrânia

Consenso entre líderes é contrário aos posicionamentos anteriores do presidente brasileiro. Brasil votou na ONU por condenar conflito entre Rússia e Ucrânia, mas Bolsonaro evita fala incisiva

04 Mar 2022 - 10h11 | Atualizado em 04 Mar 2022 - 10h11
Boris Johnson e Bolsonaro conversam por telefone e concordam em pedir cessar-fogo na Ucrânia Lorena Bueri

O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), tiveram uma conversa por telefone nesta quinta-feira (3), para discutir a guerra na Ucrânia, que já dura nove dias até hoje.

De acordo com o porta-voz do gabinete de Johnson, Downing Street, os dois líderes “concordaram em pedir um urgente cessar-fogo e que a paz deve prevalecer”. O Palácio do Planalto não comentou sobre o telefonema até esta última atualização.

Boris Johnson também reforçou a Bolsonaro que as ações das forças russas contra a Ucrânia são “repugnantes” e que o mundo não pode permitir o êxito dessas agressões.

O primeiro-ministro ainda afirmou a Bolsonaro na ligação, segundo o governo britânico, que o Brasil foi um aliado “vital" durante a Segunda Guerra Mundial e que, novamente, a voz do presidente brasileiro se mostra “crucial” nesse momento de crise. “O Reino Unido e o Brasil precisam cobrar o fim da violência”, acrescentou o premiê.


Presidente Jair Bolsonaro e o premiê do Reino Unido, Boris Johnson. (Foto: Reprodução/Flickr Palácio do Planalto)


Ambos os líderes concordaram sobre a importância da “estabilidade global”, e Boris Johnson ainda afirmou que espera trabalhar em cooperação com Bolsonaro em questões bilaterais chaves, como segurança e comércio.

Anteriormente, o presidente Jair Bolsonaro havia declarado “neutralidade” em relação ao conflito Rússia X Ucrânia em outros depoimentos e entrevistas. Contudo, na quarta-feira (2), o Brasil votou em condenação a invasão russa à Ucrânia, na sessão extraordinária da Assembleia-Geral das Nações Unidas, assim como outros 141 países. – Os países que votaram contra foram Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte e Eritreia. A China se absteve.

Essa votação da resolução da Assembleia-Geral é não vinculante, ou seja, os países não são obrigados a fazer nada. Sua importância política está apenas em mostrar como a maioria dos países vê a invasão promovida pela Rússia.

 

Foto Destaque: Bolsonaro e Johnson em reunião em Nova York (arquivo). Reprodução/Flickr/Palácio do Planalto

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