Após um atraso planejado, um sorriso amarelo, aparentemente tenso, postura de tristeza e menos de 3 minutos, Jair Messias Bolsonaro (PL) discursou pela primeira vez após o resultado das eleições do dia 01/11/22 (terça-feira). O preparativo foi feito, a imprensa compareceu e o presidente atrasou cerca de 1h e 30 minutos o seu discurso.
Mesmo com a derrota, Bolsonaro ainda discursou com tom de campanha, dizendo basicamente as mesmas palavras de sua candidatura. Bolsonaro não citou o nome do Lula (PT), e pediu que o direito de ir e vir não seja interrompido; uma alusão aos protestos realizados em todo Brasil pelos caminhoneiros bolsonaristas que defendem um golpe de estado no país.
Antiga foto de Bolsonaro, com expressão de desespero. (Foto/Reprodução/G1)
Após 2 minutos e 28 segundos, Bolsonaro saiu sem falar com a imprensa e logo foi 'substituído' pelo seu ministro Ciro Nogueira (PP), dizendo ter a total autorização de Bolsonaro para realizar a transição governamental sem problemas algum e citou Lula como "presidente", diferente do atual presidente.
Foi uma derrota amarga, com "sabor de incerteza", mas também com ar de alívio; para a esquerda e direita. Bolsonaro colocou muitos aliados espalhado pelo país (governadores, deputados e senadores), mas também se tornou o primeiro presidente da história a perder uma tentativa de reeleição.
Após a confirmação, incertezas começaram a passar pelo ar. Bolsonaro deu a entender diversas vezes que uma tentativa de golpe poderia ocorrer, se reunindo principalmente por várias vezes com comandantes das forças armadas brasileiras. Na derrota, Bolsonaro não deu 'as caras' por dois dias e os seus defensores foram as ruas. Caminhoneiros fecharam principais estradas brasileiras não aceitando o resultado da eleição no 2° turno.
Segundo informações de pessoas ligadas ao governo, não será Bolsonaro que passará a faixa ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sim Hamilton Mourão, pois Bolsonaro estará viajando no réveillon. Bolsonaro disse que estaria longe da política caso perdesse nas urnas, mas há quem diga que Bolsonaro será um homem forte, pois o resultado foi expressivo e ainda há muitos aliados do seu governo ligados diretamente ao país.
Com o bloqueio das estradas, Bolsonaro mostra que não está morto, e poderá sim renascer mais fraco ou forte em 2026. Caso ele não venha, alguém ligado a ele virá.
Foto destaque: Bolsonaro discursando pela primeira vez após derrota nas eleições. Reprodução/G1.