O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levantou questionamentos sobre a legalidade de dormir em uma embaixada, após ter passado duas noites na Embaixada da Hungria em fevereiro, quando seu passaporte foi apreendido. De acordo com o direito internacional, embaixadas são consideradas áreas invioláveis, onde a presença de agentes brasileiros só seria possível em uma nova operação com o consentimento do governo húngaro.
Ao ser abordado por jornalistas, Bolsonaro defendeu sua estadia na embaixada, perguntando se dormir lá e conversar com o embaixador seria um crime. Ele fez tais comentários ao sair de um evento em homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal, em São Paulo, acrescentando que foi alvo de acusações durante seis anos, como o caso da morte de Marielle Franco, e pediu para que a imprensa mudasse de foco.
Reportagem do The New York Times
O jornal The New York Times revelou que Jair Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria em fevereiro, entre os dias 12 e 14, após ter seu passaporte apreendido durante uma operação da Polícia Federal sobre a suposta tentativa de golpe de estado. No mesmo dia da operação, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, declarou apoio a Bolsonaro em uma rede social, chamando-o de "um patriota honesto".
Faixada do The New York Yimes (Foto: reprodução/Getty Images Embed)
Esclarecimento sobre o caso
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) convocou o embaixador húngaro no Brasil, Miklós Halmai, para esclarecer os dias de fevereiro que Bolsonaro se hospedou na embaixada. O encontro foi com a titular da Secretaria de Europa e América do Norte, Maria Luisa Escorel, e teve como objetivo obter informações detalhadas sobre a visita do ex-presidente à embaixada. O peso diplomático dessa ação foi considerado menor, uma vez que nem o presidente Lula nem o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foram os responsáveis por convocar o embaixador.
Foto destaque: O ex-presidente dormiu algumas noites na embaixada, em fevereiro (Reprodução/Getty Images Embed)