O peso argentino tem sofrido uma forte desvalorização nos últimos anos, atingindo um valor tão baixo que os bancos do país estão alertando para a falta de espaço em seus cofres para armazenar todo o dinheiro em papel moeda. Em fevereiro deste ano, o Banco Central da Argentina teve que emitir uma nota pedindo aos bancos que adotem medidas para gerenciar melhor o dinheiro em espécie.
A decisão do governo do presidente Alberto Fernández de não emitir notas de valor superior a 1.000 pesos - atualmente a mais alta em circulação na Argentina - está causando sérios problemas aos bancos que operam no país. Como a moeda local vale cada vez menos (o dólar na Argentina está próximo de 500 pesos a inflação passa de 100% ao ano), é preciso usar uma quantidade muito maior de cédulas para pagar um produto ou fazer um banco transferir.
Cotação do câmbio nas diferentes moedas (Foto: Reprodução / Juan Mabromata AFP)
As pilhas de notas de 500 e 100 pesos ocupam um espaço cada vez mais limitado, impedindo que os bancos possam, como sempre, ceder espaço de armazenamento ao próprio banco central.
A inflação elevada e a crise econômica são os principais fatores que contribuem para a desvalorização do peso argentino. Além disso, a pandemia de COVID-19 agravou a situação econômica do país. Com a desvalorização da moeda, os argentinos têm enfrentado dificuldades para lidar com o aumento dos preços de bens e serviços, além de uma queda no poder de compra.
“O banco central está tentando comprar uma máquina com mais capacidade de destruir cédulas. Mas a cada mês que passa, o dinheiro piora e o processo de eliminação do dinheiro ruim não melhora”, afirmaram as associações bancárias argentinas.
Em fevereiro de 2022, circularam informações extraoficiais de que seria criada uma cédula de 2.000 pesos, mas a iniciativa não tem data para isso. Leva meses para lançar uma nova nota, e ninguém acredita que isso acontecerá antes da eleição presidencial de 22 de outubro.
Foto destaque: Homem olhando para cotação de moedas em casa de câmbio em Buenos Aires, na Argentina - Foto: Reprodução / Juan Mabromata AFP