As autoridades quenianas encontraram mais de 300 corpos em valas comuns na floresta de Shakahora, no leste do país da África Oriental. Agentes forenses acreditam que essas mortes estejam relacionadas à Igreja Internacional das Boas Novas, uma seita religiosa que promovia jejuns rigorosos em troca da promessa de alcançar o paraíso. Esses jejuns extremos resultaram na morte de mais de 100 pessoas em março.
A floresta está localizada há aproximadamente duas horas de carro da cidade turística costeira de Malindi. Os investigadores relatam que a comunidade ligada ao culto foi dividida em oito assentamentos separados, cada um com nomes bíblicos como Galiléia e Belém.
Funcionários do Ministério do Interior do Quênia informaram que dezenas de valas comuns ainda estão intocadas, sugerindo que o número de corpos descobertos no local pode aumentar ainda mais conforme as buscas.
“Os corpos já exumados de várias crianças revelaram sinais de fome e, em alguns casos, asfixia,” relatou um patologista. Os investigadores relataram ter realizado dezenas de necropsias, incluindo de crianças com idades entre 18 meses e 10 anos.
Jujum no Quênia (Reprodução: Redes sociais)
Paul Mackenzie, líder da Igreja Internacional das Boas Novas, encontra-se sob custódia após ser acusado de ordenar aos seguidores que passassem fome para poderem alcançar o céu antes do suposto fim do mundo, que ele afirmou ocorreria em 15 de abril. Ele compareceu perante a justiça no início de maio, porém não comentou publicamente sobre as acusações contra ele. Dois advogados que estão representando-o se recusaram a fazer qualquer comentário sobre o assunto.
Paul Mackenzie enfrenta uma série de acusações relacionadas a supostos crimes anteriores. No entanto, até o momento, os promotores não emitiram uma planilha de acusação específica em relação às várias valas encontradas e aos corpos descobertos.
Foto destaque: mais de 300 corpos foram encontrados, mas dezenas de sepulturas permanecem fechadas. Yasuyoshi Chiba/AFP/Getty Images.