Os casos de dengue têm tido um grande aumento nesse ano de 2022 em pelo menos cinco estados no Brasil. Depois das chuvas, em Minas gerais, os casos praticamente dobraram em menos de uma semana. Também foi registrado alta em Alagoas, Rio Grande do Sul, Tocantins e cidades do interior paulista.
A Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais notificou 178 casos de dengue no dia 20 de janeiro. Seis dias depois, o número subiu para 347 – uma alta de 94%. Já os casos de chikungunya tiveram uma alta ainda maior, de 192%, passando de 27 para 79 no mesmo período. Houve ainda seis prováveis casos de zika no Estado, sem nenhum registro de óbito por essas doenças.
Em Alagoas, os casos subiram de 65 em dezembro para 119 em janeiro. A Secretaria de Saúde local informou: "Com as chuvas, os mosquitos encontram mais pontos de água parada, onde se reproduzem, o que impacta nos índices de infestação nos municípios”.
Especialistas preveem que 2022, já marcado pelos recordes do coronavírus por causa da variante Ômicron, será um ano de maior incidência de dengue. Gestores também alertam para a possibilidade de confusão nos diagnósticos, por haver sintomas similares, como febre e dor no corpo. Segundo a pesquisadora da Fiocruz Claudia Codeço, a dengue representa risco maior para os quem está infectado pela Covid-19. "Esses vírus estão circulando pelos mesmos locais, o que pode gerar dificuldade de diagnóstico e de tratamento oportuno das pessoas, tanto na covid, quanto na dengue. Vai ter impacto em ambas, pois são doenças cuja eficácia no tratamento depende de um diagnóstico o mais oportuno possível", diz.
No Rio Grande do Sul, foram registrados 75 casos nas duas primeiras semanas de janeiro, segundo o último boletim epidemiológico. A Secretaria de Saúde de Porto Alegre enviou alerta à rede de saúde, após constatar alto índice de infestação do Aedes aegypti em 21 bairros.
Larvas do mosquito transmissor da dengue. (Foto: Reprodução/Mara Souza/Diario da Região)
O Tocantins monitora 71 municípios por risco da epidemia de dengue - 51 em alerta diante da alta infestação prejudicial pelo mosquito. Segundo o governo local, 66% das cidades tocantinense estão vulneráveis a epidemias de dengue, zika e chikungunya. De acordo com a coordenadora de Vigilância das Arboviroses da pasta, Danielle Capistrano, não exclui-se a possibilidade de epidemia no período sazonal da doença, que é de dezembro a junho.
A gestora lembra ainda que o elevado volume de chuvas, aliado às temperaturas altas nesses últimos dias, pode ter levado a um aumento do número de focos de criadouros do mosquito transmissor, Aedes aegypti. No interior do Estado de São Paulo, as prefeituras de Araçatuba, Andradina e Birigui manifestaram preocupação com o possível impacto da dengue nos hospitais e postos de saúde, já lotados de pacientes de covid e da gripe e intensificaram as ações de combate ao transmissor.
Foto destaque: mosquito Aedes aegypti. Reprodução/Joao Paulo Burini/Getty Images.