A crise global na área do petróleo, que já aumentou cerca de 24,9% no valor do diesel já está afetando diversos setores, incluindo o custo de fretes, no Brasil. De acordo com a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), empresas que trabalham com o sistema de entregas no país, já aumentaram, no mínimo, 8,75% o preço dos serviços prestados.
Ainda segundo a Associação, como a malha rodoviária corresponde a quase 60% do transporte de todos os produtos entregues no Brasil, a alta nos combustíveis, consequentemente, teria esse impacto direto nas mercadorias solicitadas através da internet.
Desde o dia 11 de março, o reajuste de valores da Petrobrás passou a ser aplicado para as distribuidoras. O preço médio do diesel foi de R$3,61 para R$4,51 o valor por litro. Com esse aumento, segundo dados da NTC & Logística, os índices das empresas responsáveis pelo fretamento deveriam ter sido de aproximadamente 28,96 e 38,82%.
Grande aglomeração de carros no Nordeste após a notícia do aumento da gasolina (Foto: Divulgação/ Germano Ribeiro e Rafaela Duarte via Diário do Nordeste)
"O repasse do diesel, de 24,9%, que corresponde a 8,75%, 10% dos custos, as empresas estão conseguindo repassar porque foi um aumento muito puxado, muito impactante. Se não repassar, vai parar de trabalhar. O restante, a gente pode ir negociando como já estava negociando, mas esse aumento do diesel tem que ser de uma vez só”, disse o vice-presidente da Associação e presidente da Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (Fetranscarga-RJ), Eduardo Ferreira Rebuzzi.
Eduardo argumentou, ainda, que com os acontecimentos atuais, não era viável manter os preços anteriores de frete. "O que muitas empresas estão conseguindo fazer é colocar um gatilho. Toda vez que o percentual chega a 10%, aumenta um pouquinho para não ficar uma coisa muito defasada. E essa alta de preços depende do mercado externo, já que o petróleo é uma commodity. Primeiro, veio a pandemia, agora a guerra” disse.
Ele finalizou pontuando que a expectativa é que esses valores continuem variando. Porém, algo que pode vir a ser positivo nesse contexto é a redução da carga tributária em cima do diesel.
Foto Destaque: Caminhões responsáveis pela entrega de mercadoria. Reprodução/Divulgação/ Reuters/ Paulo Whitaker