Após o período de liberação de medidas sanitárias de prevenção a Covid-19, diversos países asiáticos e europeus registraram um considerável aumento de casos de contaminação, o que gera novamente uma preocupação sobre o surgimento de uma nova onda. De acordo com especialistas, os números estão ligados a uma congruência de fatores, como a falta de avanço na vacinação, flexibilização sanitária e comportamento da população.
Países como Holanda, Alemanha, Itália, Suíça, Grécia, Reino Unido e Áustria registraram um notável aumento de casos de Covid-19, na última semana, segundo dados da Universidade de Johns Hopkins, que faz apuração da pandemia. Apenas na Alemanha, o número diário de casos ultrapassou 67 mil no dia seis de março para 237 mil no dia onze de março.
De acordo com o ministro da saúde da Alemanha, Karl Lauterbach, o país está com a maior incidência de casos de pessoas contaminadas com o vírus da Covid-19 na Europa. Uma tendência de alta e várias mortes, enfatizando a importância de pessoas não vacinadas se vacinarem.
Pessoas sem máscaras de proteção contra a Covid-19 em Londres (Foto: Reprodução/Toby Melville/Reuters
O especialista em epidemiologia do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), explica que uma das principais justificativas para a alta dos casos são motivos comportamentais. Segundo ele, o cansaço do uso de máscara e distanciamento social por parte da população, teve um forte impacto nesses índices. No entanto, outros fatores também afetam. Por exemplo, na França, onde candidatos à presidência utilizam campanhas para contentar a ala que é contra as medidas de distanciamento.
Além disso, mesmo com o avanço da vacinação, há necessidade de continuar a promover a campanha. Segundo dados do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, apenas 25% da população da União Europeia e do Espaço Econômico Europeu não tomaram nem a primeira dose da vacina.
Foto destaque: Fila para vacinação contra Covid-19 no distrito de Marzahn-Hellersdorf, em Berlim, capital da Alemanha, no dia 1º de dezembro. Reprodução/Annegret Hilse/Reuters