Há quatro dias da posse, em 1 de janeiro de 2023, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está sendo cobrado por ativistas a criar uma secretaria especial de favelas, que seria para cuidar especificamente de políticas públicas voltadas aos moradores de comunidades periféricas e pobres.
A ideia partiu de apoiadores do futuro presidente, que atuam na área social desde governos anteriores. No caso da criação, a Secretaria da Favela teria foco socioeconômico e por essa questão foi apresentada para ministros do novo governo que assumirão em 2023, como Fernando Haddad (PT), do Ministério da Fazenda.
Especula-se que a criação poderia ficar a cargo do Ministério do Desenvolvimento Regional na pasta de Cidades. Quando confirmada a ida de Simone Tebet (MDB) para o Ministério do Planejamento, mesmo depois de muita demora e desencontros, passou a existir possibilidades da nova atribuição ser subordinada ao ministério e com apoio de aliados de Lula.
Ativistas apoiadores de Lula pedem criação de secretaria especial de favelas (Foto: Reprodução/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
A intenção é poder articular a secretaria especial de favelas com outras áreas do governo, como por exemplo a economia, que poderia entrar com o incentivo de empreendedorismo, projetos e criação de empregos que incentivam pessoas carentes a atingir a liberdade financeira.
Em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo” na última semana, o fundador da Central Única das Favelas (Cufa), Celso Athayde, opinou à frente do assunto e disse que o novo governo deveria criar um Ministério das Favelas e não uma secretaria. Ainda na mesma entrevista, reafirmou que a sua sugestão não se trata de uma apologia à criação de mais ministérios, mas como um meio de fazer com que pessoas periféricas passem a ser olhadas de forma diferente.
“Não é uma apologia para uma maior quantidade de ministérios, mas uma provocação para haver um setor que possa olhar essas pessoas com uma visão diferente”, destacou ele, falando ainda que atualmente 17 milhões de brasileiros moram nas favelas. “São pessoas que vivem sob gestão não do poder público, mas de um poder paralelo”, finalizou Athayde.
Foto Destaque: Ativistas apoiadores de Lula pedem criação de secretaria especial de favelas. Reprodução/REUTERS/Mohamed Abd El Ghany/MoneyTimes