Na última quinta-feira (21), a Universidade Charles, localizada perto da Praça Jan Palach, presenciou um tiroteio que deixou 14 mortos e 25 pessoas feridas. O edifício da Faculdade de Artes foi o principal local do ataque, que causou pânico e medo entre professores e estudantes.
O tiroteio começou por volta das 15h, quando o atirador abriu fogo nos corredores e salas do prédio, antes de tirar a própria vida, segundo a polícia.
Relatos das testemunhas
O professor Radek Samik, conta que estava dando aulas no primeiro andar quando de repente ouviu muitos tiros. Sabendo do perigo que poderia ser, Samik e seus alunos permaneceram dentro da sala de aula para se protegerem do ataque.
Outras pessoas se penduraram no parapeito da varanda durante o ataque, antes de pularem vários metros para escapar dos tiros. Em uma entrevista para o BBC, Radek Samik relata que viu pessoas com dificuldades para andar depois de saltar do prédio e complementa que algumas pessoas tiveram dificuldades para escapar das dependências da universidade. "Os estudantes tiveram problemas para abrir a janela... Então quebraram a janela para sair"
Pessoas penduradas no parapeito tentando fugir do atirador (Foto: reprodução/X/@MinutoNews_MN)
Jakob Weizman, jornalista e estudante da universidade, estava em uma das salas realizando uma prova na presença de um professor quando ouviu gritos e tiros. Os dois, em pânico, se trancaram na sala de aula. Weizman contou ao jornal inglês The Guardian que o atirador tentou abrir a porta da sala de aula, mas não obteve sucesso.
“Quando estávamos saindo havia sangue por toda a faculdade” disse depois que a dupla foi retirada do prédio pela polícia.
Pessoas que estavam perto das instalações da universidade também enfrentaram momentos de muita tensão. A área é frequentada por muitos turistas, que não compreenderam as instruções que a polícia repassava.
Fairg Jafarli, ex-aluno da Universidade Charles, estava tomando café quando percebeu que algo estava errado perto da universidade. Ele relata que não tinha certeza do que estava acontecendo até ver uma pessoa através da janela da universidade segurando as mãos para cima. Jafarli, então, começou a gritar para os turistas saírem dali.
Pior ataque em 30 anos
O ataque desta quinta-feira foi o pior tiroteio em 30 anos de independência Tcheca. O mais recente atentado ocorreu em dezembro de 2019, em um hospital em Ostrava. Nesse dia, um homem abriu fogo em uma sala de espera e matou quatro homens e duas mulheres.
Em 2015, um homem abriu fogo em um restaurante na cidade de Uhersky Brod, deixando oito pessoas mortas no ataque.
Mesmo ataques com armas de fogo sendo raros na República Tcheca, em 2019, o governo tcheco tentou anular uma proibição da UE de espingardas para o uso privado, após uma série de ataques jihadistas mortais em toda a Europa.
Foto Destaque: Fachada da Universidade Charles (Reprodução/Metrópoles)