Em um episódio alarmante, homens armados com os rostos ocultos invadiram os estúdios da TC Televisión, canal estatal de Guayaquil, Equador, durante uma transmissão ao vivo nesta terça-feira (09). O incidente ocorreu em meio a um dia de violência que envolveu o sequestro de policiais e levou o presidente, Daniel Noboa, a declarar estado de "conflito armado interno" no país.
Ataque ao canal estatal e intervenção policial
Durante a transmissão ao vivo, homens encapuzados, vestidos de preto e armados, invadiram os estúdios da TC Televisión, fazendo gestos ameaçadores para a câmera. Gritos e tiros foram ouvidos enquanto a transmissão era interrompida, e relatos indicam que um dos invasores chegou a apontar uma arma para um apresentador.
A Polícia Nacional, em uma publicação nas redes sociais, informou que suas unidades especializadas intervieram para retirar a equipe da emissora de televisão atacada. Treze detenções foram realizadas, e imagens divulgadas mostram indivíduos detidos no chão com as mãos amarradas.
Cenário de tensão e declaração presidencial
O ataque à TC Televisión ocorreu em um contexto tenso, com o sequestro de pelo menos sete policiais e uma série de explosões no país. O presidente Daniel Noboa declarou estado de "conflito armado interno", identificando gangues criminosas como "organizações terroristas" em um decreto que também ordenou a neutralização desses grupos pelas Forças Armadas.
Noboa assumiu a presidência em novembro, comprometendo-se a enfrentar desafios econômicos e conter a crescente violência nas ruas e prisões equatorianas. A declaração de estado de emergência na segunda-feira (08) permitiu patrulhas militares, incluindo prisões, e estabeleceu um toque de recolher noturno em todo o país, como resposta a incidentes de segurança, incluindo o desaparecimento de Adolfo Macías, líder da gangue Los Choneros, da prisão.
Na cidade de Machala, no sul do país, três policiais noturnos foram sequestrados de sua delegacia, enquanto outro policial foi sequestrado por três criminosos em Quito. Além disso, três policiais foram sequestrados na província de Los Rios após um carro de patrulha ser atingido por um explosivo.
Houve também explosões em diversas províncias, incluindo Esmeraldas, Los Rios, Cuenca, Guayaquil, Loja e Machala. As autoridades não divulgaram a causa das explosões, e ninguém assumiu a responsabilidade. A agência penitenciária SNAI relatou uma fuga de prisioneiros, incluindo Fabricio Colón Pico, líder de um grupo criminoso ligado a um plano para atacar o procurador-geral. Doze fugitivos foram recapturados, mas detalhes adicionais não foram fornecidos.
Foto destaque: ataque na transmissão ao vivo (Reprodução/Reuters)