Nesta última quinta-feira, o deputado Arthur do Val apresentou a sua defesa prévia ao Conselho de Ética da Assembléia Legislativa, após ser expulso do Podemos por ter áudios vazados nos quais ele ofende as refugiadas ucranianas, Do Val cita frase do ex-juiz Sergio Moro para pedir a nulidade de seu processo.
Do Val justificou os seus atos, declarando que os áudios foram enviados em um grupo privado de WhatsApp e foram vazados sem o seu consentimento, e em razão disto estas provas teriam sido obtidas de maneira ilícita.
Refugiadas ucranianas. (Foto:Reprodução/Uol)
“É o que pontua o ex-juiz e ex-ministro da justiça, Sergio Moro, em sua mais recente obra ‘Contra o Sistema da Corrupção’: o Estado não pode incentivar o desprezo à lei e pretexto de combater o crime”, disse em trecho da defesa do deputado.
No dia 4 de março, quatro áudios de Do Val foram vazados, neles ele fala que as mulheres ucranianas são “fáceis porque são pobres” e compara a fila de refugiadas da guerra à “melhor balada de São Paulo”. Os áudios foram gravados durante a sua viagem à Eslováquia com o intuito de auxiliar na guerra que está acontecendo na Ucrânia. A desefa do deputado alega que em razão dos áudios terem sido gravados em outro país, Do Val não poderia responder as leis brasileiras.
As falas sexistas do deputado, mobilizou movimentos feministas, de ajuda humanitária, políticos, ativistas e adversários de Do Val. A cassação do mandato dele rapidamente foi pedida, na comissão de ética das Alesp, por diversos deputados de esquerda e direita.
A sua desfiliação do partido Podemos aconteceu logo após os áudios vazarem, e também a sua desistência da pré-candidatura ao governo de São Paulo, ele também pediu desculpas e declarou que não irá tentar a reeleição.
Foto destaque: Arthur do Val. Reprodução/Instagram