Lixões a céu aberto e aterros controlados no Brasil recebem anualmente cerca de 40% de todo o lixo produzido no país. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2021, elaborado pela Associação Brasileiras das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) o Brasil gerou mais de 82,5 milhões de toneladas de lixo sólido nas cidades em 2020, e cerca de 30,3 milhões de toneladas desse material não teve um destino adequado.
A quantidade de lixo é tão grande, que seria suficiente para encher 765 estádios do Maracanã.
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) determina que o Brasil tenha uma meta de até em 2024, extinguir os lixões.
De acordo com Carlos Silva Filho, diretor presidente da Abrelpe, “Os índices verificados nas regiões Sudeste e Sul, ambas com mais de 70% dos resíduos sendo encaminhados para destinação adequada, demonstram que é possível avançar de maneira consistente para o encerramento das práticas de destinação inadequadas. Mas chama atenção que mais da metade das cidades brasileiras ainda dispõem os resíduos coletados em locais inadequados”
Lixão a céu aberto em Cametá-Pará. Foto: Reprodução Shirle Freitas
A sociedade tem um sério problema quanto ao descarte adequado de lixo, e a produção de resíduos vem crescendo anualmente, entre 2010 e 2019, os resíduos sólidos urbanos destinados a lixões e aterros controlados no Brasil ultrapassou a marca de 25 milhões de toneladas por ano para pouco mais 29 milhões de toneladas por ano.
“Os lixões são proibidos desde 1991, é um crime ambiental. Ocorre que essa não é a realidade do país. temos cerca de 2.500 lixões ativos, que continuam em operações em todo o Brasil. E, se mantido esse ritmo, vamos levar 55 anos para acabar com eles”, diz ele.
Apesar da proibição por lei, eles continuam em uso, e sua atividade gera inúmeros problemas, como as consequências ambientais, e os impactos para saúde da população. Calcula-se que aproximadamente 77,5 milhões de pessoas tenham a saúde afetada por conta da utilização de lixões a céu aberto para descarte do lixo.
É preciso que sejam criadas alternativas eficientes para tratamento e descarte correto do lixo, assim como para a desativação dos lixões.
Foto Destaque: Lixão de Cametá-PA. Reprodução Shirle Freitas